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Estados Unidos e Coreia do Norte dão início a “uma nova era” nas relações diplomáticas

Este será o primeiro encontro entre os líderes dos dois países, depois de ao longo de vários meses se terem confrontado verbalmente e terem feito escalar as tensões diplomáticas e os receios de um conflito armado na região.
11 Junho 2018, 22h12

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai reunir-se esta terça-feira, 12 de junho, com o homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura. Este será o primeiro encontro entre os líderes dos dois países, depois de ao longo de vários meses se terem confrontado verbalmente e terem feito escalar as tensões diplomáticas e os receios de um conflito armado na região.

O caminho que levou à realização da cimeira desta terça-feira foi longo. Há meio ano, Donald Trump e Kim Jong-un trocavam acusações e insultos. Donald Trump apelidou o líder norte-coreano de “little rocket man” (pequeno homem foguete) e Kim Jong-un havia de responder, chamando-o de “velho caquético” e “mentalmente perturbado”.

Aquilo que foi o princípio de uma grande inimizade, acabou por se tornar o início de uma “amizade incomum”. “Ele [Kim Jong-un] foi realmente muito aberto e teve, penso, uma atitude muito respeitável, depois de tudo o que vimos”, afirmou Donald Trump, em abril, depois de o líder da Coreia do Norte se ter mostrado disponível para se encontrar com ele.

A decisão de Kim Jong-un de enviar a sua irmã mais nova Kim Yo-jong para acompanhar os Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram em fevereiro na Coreia do Sul, enviou à comunidade internacional um sinal positivo em relação à abertura do líder norte-coreano ao exterior, após décadas de isolamento. A este evento seguiram-se outros, que culminaram com o histórico encontro entre Kim Jong-un e o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na fronteira que separa a península coreana.

Donald Trump entende que esta reunião será uma “oportunidade única” para Kim Jong-un, acreditando que ele está preparado para “fazer algo muito positivo pelo seu povo, para si próprio e para a sua família”. O líder norte-coreano mostrou abertura para negociar com os Estados Unidos a desnuclearização de península e os Estados Unidos agarraram a oportunidade para fazer deste encontro uma “missão de paz”.

Os dois líderes já se encontram na ilha de Sentosa, em Singapura. Donald Trump afirmou esta “ansioso” pelo encontro e adianta que, por enquanto, não vão assinar nada. As expetativas são de que Kim Jong-un e Donald Trump declarem o fim formal da guerra das Coreias, que se encontram ainda tecnicamente em guerra, após não houve acordo de paz. Há ainda a previsão de que possa resultar deste encontro um levantamento das sanções económicas aplicadas por Washington ao país.

Num cenário em que todas as possibilidades estão em aberto, a única certeza é a de que esta cimeira vai marcar uma “nova era” nas relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

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