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EUA: Senado abre discussão sobre fim do ‘shutdown’ depois de 33 dias de paralisação

Em cima da mesa estão duas propostas: uma do Partido Republicano, que reflecte o pedido de Presidente Donald Trump de aprovar um orçamento com 5,7 mil milhões de dólares para o muro e outra do Partido Democrático, de aprovar um orçamento provisório para que as agências possam ser reabertas.
23 Janeiro 2019, 13h54

Ao fim de 33 dias de uma paralisação governamental, o Senado norte-americano vai finalmente discutir e votar duas propostas para reabrir várias agências e departamentos públicos e permitir que 800 mil funcionários voltem a receber os seus salários.

O debate está agendado para esta quinta feira, e estão em cima da mesa duas propostas: uma do Partido Republicano que reflecte as ideias apresentadas pelo Presidente Donald Trump de aprovar um orçamento com 5,7 mil milhões de dólares para o início da construção do muro fronteiriço, em troca de três anos de protecção para um milhão de imigrantes – 700 mil que chegaram ao país quando eram crianças (conhecidos como “dreamers”) e 325 mil que têm uma protecção temporária especial, a maioria da América Latina.

Do outro lado, o Partido Democrata vai propor algo muito semelhante ao que tem vindo a ser recusado por Trump e pelo Partido Republicano desde o ínicio do shutdown: aprovar um orçamento provisório, até 8 de fevereiro, para que as agências possam ser reabertas, em troca do compromisso de negociar uma solução mais duradoura nas próximas duas semanas.

Para os azuis, a principal contrapartida do Presidente Trump é inaceitável porque os “dreamers” estavam protegidos da deportação mediante uma directiva aprovada pelo Presidente Barack Obama. Em 2017, o Presidente Trump quis pôr fim a essa medida, mas o Supremo Tribunal decidiu não se pronunciar, pelo que a protecção de Obama ainda mantém-se em vigor.

Ou seja, antecipa-se que ambas as propostas não sejam aprovadas já que os Democratas afirmam não trocar esta proteção dos migrantes pelo muro fronteiriço e os Republicanos não validarão a proposta dos democratas que tem sido recusada até agora.

Atualmente, são cerca de 800 mil trabalhadores que estão de baixa ou a trabalhar sem remuneração devido a esta paralisação, a mais longa da história dos EUA.

Apesar desta votação significar que ambas as partes começaram a avançar, já que é preciso um acordo bipartidário para discutir e votar propostas deste tipo, a verdade é que o resultado final não vai mudar muita coisa. Para que uma das propostas fosse aprovada, teria de receber os votos de uma maioria de 60 senadores. No entanto, o Partido Republicano tem 53 senadores e o Partido Democrata tem 47.

“A oportunidade para pôr um fim a tudo isto está mesmo à nossa frente”, disse o líder da maioria do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, que descreveu a sua proposta como “abrangente e bipartidária”.

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