“Portugal tem aparecido na política virada para as startups e para a inovação como um país que se quer afirmar pela liderança”. Foi com estas palavras que o ex-ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, reconheceu a importância do Portugal FinLab, um acelerador de inovação que coloca frente a frente os reguladores e as startups, que apresentou os resultados da primeira edição esta terça-feira.
Atualmente vogal da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), um dos três reguladores que compõem o Portugal FinLab – juntamente com o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) -, Caldeira Cabral salientou que é a “primeira vez as três entidades reguladoras trabalham em conjunto”. Algo que “é muito importante”, defendeu, porque “estamos a falar de novos modelos de negócio que muitas vezes não se enquadram no modelo que tínhamos cá”.
“Temos de permitir que possam dar estes passos novos em conjunto e em segurança. Segurança para os mercados e para as empresas”, vincou o ex-ministro.
O Portugal FinLab constitui ainda uma demonstração de que Portugal pode ser um país acolhedor às empresas e à inovação, uma dimensão que o país não pode descurar. “No futuro temos de continuar a dar resposta a estas empresas para que fiquem em Portugal e que trabalhem melhor em Portugal, para que possam contribuir com a sua inovação e prestar melhores serviços financeiros a todos os portugueses e à Europa a partir de Portugal”, salientou Manuel Caldeira Cabral.
De resto, esta iniciativa, que partiu de um desafio que o fundador da Portugal FinTech, João Freire de Andrade, fez aos três reguladores é o espelho de “uma visão moderna da regulação”, disse o vogal da ASF. “Não é uma visão reactiva face à mudança da tecnologia, mas uma visão segundo a qual devemos abraçar essa mudança, compreendê-la para a enquadrar dentro das necessidades da regulação e de estarmos abertos no sentido de fazer uma melhor regulação”, referiu Manuel Caldeira Cabral.
Para o ex-ministro,”uma boa regulação é uma regulação que permite a inovação dos mercados, permite este dinamismo e permite a nova concorrência podem trazer. Não é uma regulação como polícia, mas de apoio a estes negócios”.
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