O ex-presidente da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, reagiu ao apelo do presidente da Juventude Social Democrata (JSD) para a elaboração de listas conjuntas do PSD, CDS e IL nas eleições autárquicas de 2021 desafiando os sociais-democratas a apoiarem o economista Ricardo Arroja, que foi cabeça de lista dos liberais nas europeias de 2019, como candidato a presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, atualmente detida pelo PS.
Dizendo esperar que as eventuais listas conjuntas sirvam para “candidatar os mais competentes de cada partido e não os maiores caciques do PSD”, o economista que se afastou da presidência da Iniciativa Liberal depois de não conseguir ser eleito deputado pelo círculo do Porto nas legislativas de 2019, sucedendo-lhe o deputado único João Cotrim Figueiredo, defendeu que o “inequivocamente competente” Ricardo Arroja seria a melhor solução para a autarquia gaiense, na qual a coligação PSD-CDS não foi além de 20,3% em 2017.
Muito bem, @Alexandre_Poco, desde que seja para candidatar os mais competentes de qualquer partido e não os maiores caciques do PSD. O desafio não foi lançado a mim, mas devolvo-to: estarias disposto a apoiar alguém inequivocamente competente como Ricardo Arroja para a CM Gaia? https://t.co/MMPSnyZuzA
— CGP (@carlosgpinto) September 23, 2020
O presidente da JSD respondeu algumas horas mais tarde, também através do Twitter, argumetando que “começar o desfile de nomes à partida pode inquinar qualquer discussão desse género”, pois “o essencial deve aparecer antes de qualquer discussão do nome A ou B”.
A carta aberta de Alexandre Poço, que também integra o grupo parlamentar social-democrata, aos presidentes do PSD, Rui Rio, do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, e da IL, João Cotrim Figueiredo, apela a um acordo autárquico de âmbito nacional no centro-direita. Tratar-se-ia, na sua opinião, de uma forma de “oferecer uma alternativa moderada aos portugueses”, que “responda ao atual clima político de forma consistente, sabendo que nada fazer é continuar a deixar os extremos crescer”.
“Precisamos de arrojo no combate aos extremismos e na construção de uma alternativa às esquerdas”, escreveu Alexandre Poço, prometendo lutar dentro do PSD por um acordo que “olha para as próximas autárquicas como as primeiras eleições – e por isso as mais fundamentais – em que vamos a jogo num clima extremado, populista e perigoso”.
Sem nunca se referir ao Chega, que aparece nas sondagens mais recentes como a quarta força política em intenções de voto, só atrás do PS, PSD e Bloco de Esquerda, o presidente da JSD escreveu que a transformação do sistema partidário após as legislativas de 2019 “transformou o debate político numa discussão extremada e populista, onde parece prevalecer quem grita mais alto ou quem insulta com mais intensidade os adversários”.
Nas suas últimas declarações sobre as autárquicas, numa entrevista ao programa “Polígrafo” da SIC, Rui Rio disse que “está tudo em aberto” e “nada está decidido”, limitando-se a reconhecer que o ex-presidente do CDS-PP, Paulo Portas – apontado pelo ex-ministro social-democrata Miguel Poiares Maduro como uma boa escolha para liderar uma lista de coligação à Câmara de Lisboa – é um dos “políticos mais bem preparados para qualquer cargo em Portugal”.
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