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Luís Miguel Ribeiro: próximo governo “deve prestar atenção redobrada” às exportações

Projeto Portugal Export +60’30 estará esta tarde no terminal de cruzeiros de Leixões para dar conta dos objetivos que estão por trás da iniciativa.
27 Fevereiro 2024, 07h30

As exportações portuguesas já valem mais de 50% do PIB, mas “podem valer 60%”. E é neste contexto que a Associação Empresarial de Portugal (AEP), juntamente com o Novo Banco e a APDL criaram o projeto Portugal Export +60’30. As exportações “induzem o aumento da produtividade, do emprego e da riqueza”, referiu ao JE o presidente do Conselho de Administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro. A iniciativa, que tem esta tarde, no terminal de cruzeiros de Leixões, uma primeira apresentação pública, pretende incentivar as exportações portuguesas a atingir os 60% do PIB em 2030. Do projeto constam várias iniciativas, promovidas na figura de almoços-debates – inovação, capital humano e de investimentos foram alguns dos temas já abordados.

O colóquio desta tarde terá como principal ponto de trabalho a análise do que o projeto já conseguiu reunir. Mas, num contexto de campanha eleitoral, Luís Miguel Ribeiro não quis deixar lançar um recado: o próximo governo que vai sair das eleições legislativas “deverá prestar uma atenção redobrada às recomendações do projeto” lançado pelos três parceiros.

Mas o Portugal Export +60’30 pretende também alertar as empresas para uma série de boas práticas que possam, do seu lado, induzir o aumento da exposição das organizações às exportações. E é nesse quadro que os três pilares – inovação, capital humano e investimento – são, para Luís Miguel Ribeiro de uma grande importância, dado que só com inovação é possível produzir bens de elevado valor acrescentado, criar produtos diferenciados ou conceber processos mais eficientes no fabrico, na promoção, na distribuição e na comercialização, referiu. Mas para isso é preciso capital humano e investimento.

A iniciativa para o aumento das exportações surge como alternativa ao que o próprio Orçamento do Estado induzia: o aumento do consumo interno como forma de manter vivo o crescimento. Para as entidades que estarão esta tarde no terminal de cruzeiros, deve ser o ‘consumo externo’ e não o interno a liderar o crescimento do PIB.

A CIP também se tem associado a uma série de iniciativas em prol do crescimento das exportações – mas não só: da presença de empresas portuguesas nos mercados internacional. “Não é a mesma coisa enviar contentores para os mercado externos ou estar presencialmente nesses mercados”, referiu a semana passada o presidente daquela estrutura patronal, Armindo Monteiro, em declarações ao JE.

O andamento das exportações em 2023 tem sido assimétrico e nem todos os sectores de atividade têm conseguido responder da mesma forma. Assim, o sector dos componentes automóveis conseguiu no final do ano passado atingir um pico máximo de exportações – ao mesmo tempo, os têxteis (por exemplo) não conseguiram atingir o recordo que tinham obtido em 2022.

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