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Falhas na vacinação de professores deve-se ao não envio de listas atualizadas à ‘task-force’, denuncia Fenprof

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alerta que as falhas de vacinação de professores e funcionários devem-se ao facto de o Ministério da Educação não ter enviado à ‘task force’ as listas corrigidas ou atualizadas. Cerca de 165 mil receberam a segunda dose este fim de semana mas cerca de 45 mil profissionais do ensino e das respostas sociais que foram excluídos da vacinação contra a Covid-19 continuam à espera de ser chamados para a primeira dose.
  • José Sena Goulão/Lusa
18 Maio 2021, 18h15

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) denunciou nesta terça-feira, 18 de maio, a existência de falhas na vacinação de pessoal docente e não docente que, diz, dever-se-ão ao facto de não terem sido enviadas à ‘task force’ as listas corrigidas ou atualizadas. Fenprof diz que aguarda “os indispensáveis esclarecimentos” do Ministério da Educação, “na certeza de ser essa a instância responsável pelo facto de muitos profissionais ainda aguardarem a chamada para a primeira dose da vacina”. Cerca de 165 mil receberam a segunda dose este fim-de-semana mas cerca de 45 mil profissionais do ensino e das respostas sociais que foram excluídos da vacinação contra a Covid-19 continuam à espera de ser chamados para a primeira dose.

“Na sequência dos ofícios ontem [17 de maio] enviados pela Fenprof a diversas entidades envolvidas no processo de vacinação de docentes e não docentes das escolas (Ministério da Educação, Ministério da Saúde e ‘task force’ para a vacinação), ainda durante o dia de ontem, responsáveis da ‘task force’ responderam, informando ter reencaminhado o ofício para o Ministério da Educação por ser essa a «entidade responsável pela centralização da vacinação dos docentes e não docentes dos diversos níveis de ensino na sua dependência»”, revela a Fenprof.

Segundo a estrutura liderada por Mário Nogueira, a Fenprof teve a indicação que informaram ainda que a ’task force’ coordenou a execução da vacinação de todos os docentes constantes nas listas que o Ministério da Educação lhes fez chegar, desde que os mesmos fossem elegíveis para o processo de vacinação, esclarecendo, diz, que “não seriam elegíveis, apenas, quem tivesse contraído Covid-19 e as grávidas, para além daqueles cujos dados fornecidos, estando errados, não tenham sido reconhecidos no registo nacional do utente”.

A Fenprof acrescenta que fica, assim, a aguardar “os indispensáveis esclarecimentos” do Ministério da Educação, “na certeza de ser essa a instância responsável pelo facto de muitos profissionais ainda aguardarem a chamada para a primeira dose da vacina”.

A organização sindical afirma ainda não compreender que o Ministério da Educação não tenha enviado as listas, como deveria, para a ‘task force’, na medida em que, logo que as escolas verificaram as falhas (algumas por incorreção de dados, mas, a maioria, sem justificação conhecida), enviaram para as delegações regionais da DGEstE (Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares), como lhes foi solicitado, novas listas com os dados de quem tinha sido “esquecido” ou “excluído”.

No início de maio, a Fenprof tinha já dado conta de que, segundo a ‘task force’, 45.000 docentes e trabalhadores não docentes das escolas, onde não se inclui o ensino superior, estão por vacinar. Um número apontado como “credível” por esta estrutura sindical, tendo em conta que o universo abarca profissionais das creches ao ensino secundário, tanto do setor público como privado e todo o setor social. O universo dos vacináveis é definido por todos os profissionais da Educação, onde estão incluídos, os designados técnicos das AEC (a maioria com habilitações para a docência) e o pessoal da limpeza, cozinha e refeitórios, pelo que, bastar trabalhar num estabelecimento de educação e ensino, para pertencer a esse universo.

Na altura, o coordenador da ‘task force’, Gouveia e Melo, prometeu não deixar “ninguém para trás”.

Logo no primeiro fim-de-semana (27 e 28 de março), a Fenprof alertou para o facto de milhares de educadores e professores não terem sido chamados para a vacinação. A Federação foi informada, pelas entidades competentes que os ‘esquecidos’ seriam lembrados no momento seguinte de vacinação (17 e 18 de abril). Porém, nesse segundo momento, diz a Fenprof, muitos voltariam a ser ‘excluídos’. A estes juntaram-se mais alguns milhares que deveriam ter sido chamados para o segundo momento e não o foram, conclui.

 

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