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Fim da quarentena aos britânicos vacinados vai salvar o verão? “Nem pensar”, dizem hoteleiros do Algarve (com áudio)

“Tudo leva a crer, que em boa verdade, o verão deste ano possa ser até pior do que o do ano passado”, sublinhou Elidérico Viegas ao JE.
  • 4 – Algarve
19 Julho 2021, 13h35

As decisões do Reino Unido relativamente a viagens tem afetado diretamente o turismo português. A mais recente aponta que os britânicos vacinados deixam de estar sujeitos a quarentena. Apesar de saudar a decisão britânica, o presidente demissionário da Associação Dos Hotéis E Empreendimentos Turísticos Do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas disse ao Jornal Económico (JE) que não será suficiente para salvar o verão.

“O levantamento desta restrição é um passo em frente no sentido positivo e portanto nós esperamos vivamente que isto possa contribuir para que mais turistas britânicos possam vir de férias para Portugal e designadamente para o Algarve”, apontou Elidérico Viegas ao JE sobre os cidadãos britânicos deixaram de estar sujeitos a uma quarentena de 10 dias ao regressarem de Portugal a Inglaterra e à Escócia, se tiverem as devidas doses da vacina ou se tiverem menos de 18 anos.

Quando questionado sobre se ausência de quarentena para turistas vacinados iria salvar o Verão, o representante da AHETA respondeu: “Nem pensar”. “As expectativas que tínhamos para um Verão bastante melhor do que o do ano passado há muito que estão comprometidas. Tudo leva a crer, que em boa verdade, o Verão possa ser até pior do que o Verão do ano passado”, sublinhou Elidérico Viegas.

Para o presidente demissionário da AHETA o impacto da mais recente decisão do Reino Unido poderá não ter tanto impacto porque “como se sabe continua a existir outras restrições além da quarentena, designadamente a exigência deste teste negativo no regresso ao Reino Unido”.

“Infelizmente as coisas correram de forma diferente daquilo que estávamos à espera. Sobretudo na parte do Reino Unido, o nosso maior fornecedor de turistas”, explicou.

Quanto à ocupação nos meses de julho e agosto, Elidérico Viegas destaca que “perspetivas são sempre difíceis neste contexto em que as coisas mudam rapidamente. O que hoje é verdade amanhã é mentira”. Ainda assim, afirma que o mais provável é que a ocupação ronde os 60% sendo motivada maioritariamente pelo mercado nacional. Depois dos portugueses, os britânicos, alemães, irlandeses e holandeses são os turistas que mais vão ocupar os hotéis algarvios.

Os dados mais recentes da AHETA, do mês de junho, indicam que a taxa de ocupação global média por quarto foi de 43,1%, o que representa 45,3% abaixo do valor registado em 2019. “Em valores acumulados, desde o início do ano, a ocupação quarto regista uma descida média de 76,0% e o volume de vendas uma descida de 78,9% face ao mesmo período de 2019”, informa a associação em comunicado.

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