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Finanças aprova plano de atividades da Silopor para 2021 e prevê quebra de 10% na atividade

Responsáveis da empresa acreditam que é expectável um reforço da quota de mercado a nível nacional, “à imagem do que vem acontecendo nos últimos trimestres, realçando-se que esta quota atinge atualmente os 70% no Porto de Lisboa e 40% a nível nacional”.
30 Novembro 2020, 07h40

A Silopor, que reclama ser a maior empresa nacional de silos portuários, já tem aprovado o plano de atividades e orçamento para 2021 por parte da tutela governamental, a DGTF – Direção Geral do Tesouro e Finanças.

“O documento que agora recebeu luz verde, destaca o clima de incerteza quanto ao desenvolvimento da pandemia e profundidade das suas consequências económicas,  bem como a consequente repercussão na atividade da empresa”, destaca um comunicado da Silopor, empresa que está a ser gerida por uma comissão liquidatária há quase duas décadas, tendo como objetivo último a privatização.

De acordo com essa nota, “o cenário traçado considera uma diminuição de atividade da sociedade na ordem dos 10%, fruto fundamentalmente da quebra no setor do turismo, uma vez que a operação se insere na área dos produtos alimentares”.

“Ainda assim é expectável um reforço da quota de mercado a nível nacional, à imagem do que vem acontecendo nos últimos trimestres, realçando-se que esta quota atinge atualmente os 70% no porto de Lisboa e 40% a nível nacional”, revela o referido documento.

Os responsáveis da Silopor, liderada por Abel Vinagre, frisam ainda que o cenário traçado depende da manutenção do clima de paz social vivido no porto de Lisboa nos últimos meses, condição fundamental para a obtenção de bons resultados.

“Da mesma forma, prevê-se a estabilidade do custo dos principais fatores de produção”, destaca um comunicado da empresa, acrescentando que existe um “total grau de autonomia da empresa, não registando qualquer passivo face ao setor bancário ou fornecedores”.

Por fim, está prevista a manutenção da certificação do sistema de gestão da segurança alimentar, de acordo com os requisitos da Norma NP EN 150:22.0000 e a renovação da declaração de conformidade dos terminais, de acordo com o Código ISPS – International Ship and Port Facilities Security Code.

Aumento para 20 milhões de euros em 2020

O Jornal Económico apurou que, em 2019, a Silopor atingiu resultados antes de impostos de cerca de 4,8 milhões de euros e resultados líquidos de cerca de 3,6 milhões de euros, enquanto o volume de negócios ascendeu a cerca de 17,8 milhões de euros.

No final do ano, a empresa empregava 91 funcionários.

Segundo o parecer do fiscal único, a que o Jornal Económico teve acesso, no ano passado a Silopor descarregou nos seus terminais no porto de Lisboa um total de 2,2 milhões de toneladas, o que resultou numa quota de cerca de 70%.

A nível nacional, a quota da empresa fixou-se nos 45,6%.

Globalmente, a Silopor, considerando o terminal portuário da Trafaria, o terminal portuário do Beato e o silo de Vale de Figueira, movimentou 2,26 milhões de toneladas.

Segundo o mesmo documento, os rendimentos previstos para 2020 são de cerca de 18 milhões de euros, um aumento de 9,1% face ao orçamento de exploração para 2019, refletindo a previsão de um aumento  das quantidades de cereais e de oleaginosas movimentadas de 4,3% (mais cerca de 98 mil toneladas).

Os gastos previstos, no montante de cerca de 13 milhões de euros, registam um aumento de 6,4%, e o EBITDA, que em 31 de dezembro de 2020 se prevê situar em 6,8 milhões de euros, representa um aumento de 11,8% relativamente ao orçamento de exploração para 2019.

A rubrica de fornecimento e serviços externos, no montante de cerca de 5,6 milhões de euros, representa 43,1% do total da estrutura de gastos e regista um incremento de 12,1% face ao valor orçamentado para 2019.

“Este aumento decorre, essencialmente, do aumento de atividade previsto para 2020. De salientar, ainda, que o rácio desta rubrica de gastos sobre o total dos rendimentos sobre serviços prestados reflete uma deterioração de eficiência face a 2019, tendo passado de 30,5% para 31,3%. Os gastos com pessoal previstos para 2020, no montante de cerca de 4,2 milhões de euros, representam 32,3% dos total dos gastos e apresentam um aumento de 1,6%  relativamente ao orçamentado para 2019, mas uma diminuição de 0,8% face ao estimado para 2019”, destaca o parecer do fiscal único da Silopor, a que o Jornal Económico teve acesso.

O mesmo documento adianta que “o número previsto de trabalhadores e órgãos sociais para 2020 é inferior à estrutura para 2019 (menos um trabalhador), sendo que o peso dos gastos com pessoal e com dirigentes no total dos gastos é idêntico à estimativa para 2019”.

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