[weglot_switcher]

Fitch espera melhorias na sustentabilidade da dívida da Grécia

A agência sublinha que o acordo de saída do programa segue em linha com a expectativa de saída híbrida com condicionantes, que levaram também a uma subida do ‘rating’ em fevereiro.
  • Reinhard Krause/Reuters
26 Junho 2018, 14h52

A Fitch elogiou o acordo de saída do programa de assistência financeira da Grécia, a pouco menos de dois meses da sua concretização. A agência de notação financeira não prevê uma redução no elevado stock de dívida pública do país, mas diz esperar melhorias na sua sustentabilidade.

“A almofada orçamental e extensão das maturidades limitam o risco de refinanciamento e deverão apoiar o acesso aos mercados pós-programa e a capacidade de fazer face às obrigações de serviço da dívida”, explica a Fitch, num relatório divulgado esta terça-feira.

“Esperamos que a sustentabilidade da dívida pública melhore através destas medidas, a par de um crescimento sustentado do PIB, risco político reduzido, uma continuação dos excedentes primátios e medidas orçamentais, que entrarão em efeito até 2020”, refere.

A 21 de junho, o Eurogrupo aprovou um acordo sobre as modalidades da saída da Grécia do terceiro programa de assistência, que põe fim a oito anos de resgates a Atenas e irá ser concretizado a 20 de agosto. O acordo implica um alívio da carga de dívida, que ficou nos 178,6% do PIB em 2017, adiando para 10 anos o pagamento de capital e juros, bem como a transferência para o país dos lucros relativos à Obrigações gregas que foram adquiridas pelo Banco Central Europeu.

Segundo a Fitch, estas medidas irão conseguir com que as necessidades de financiamento ilíquidas se mantenham abaixo dos 15% do PIB a médio prazo e, mais parte, dos 20%.

O Eurogrupo aprovou ainda o pagamento da terceira tranche do resgate, no valor de 15 mil milhões de euros. Destes, 5,5 mil milhões irão ser alocados para gastos com serviço de dívida, enquanto o restante para fortalecer a almofada orçamental do país. “Isto deverá cobrir as necessidades de financiamento soberano até meados de 2020”, diz a Fitch.

A agência sublinha que o acordo de saída do programa e as medidas usadas seguem em linha com a expetativa de saída híbrida com condicionantes, que levaram também a uma subida do rating para nível B positivo (ainda em grau especulativo), em fevereiro.

O Governo grego foi incentivado pelo Eurogrupo a implementar reformas orçamentais, uma questão que é reforçada pela Fitch, já que há ainda riscos para o país. “A economia grega continua a enfrentar desafios, que os compromissos políticos do quadro pós-programa visam enfrentar”, refere.

“A monitorização irá focar-se particularmente na estabilidade financeira e privatizações. Reduzir as exposições de incumprimento, que permanecem elevadas num total de 48,5% do total de exposições em março, continua a ser um fator chave”, acrescenta a Fitch, que tem nova avaliação à dívida grega marcada para dia 10 de agosto.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.