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‘Flexworking’, os escritórios do futuro já chegaram

Sendo possível, não podemos fugir ao teletrabalho. Mas também é altamente improvável que a cultura do contacto interpessoal nas companhias e junto de clientes e parceiros simplesmente se desvaneça com a pandemia. Uma uma solução do tipo ‘flexworking’ é o caminho.
3 Dezembro 2020, 09h36

“E depois desta distopia?”, perguntamo-nos, esperançosos que a resposta seja dada o mais breve possível. Também no setor imobiliário é uma questão para um milhão de euros, que levanta dúvidas, receios, eventualmente expectativas quanto à forma como o mercado irá lidar com o regresso gradual ao que consideramos “normalidade”.

Por muito abstrato que nos pareça atualmente, é fundamental começarmos a levantar determinadas questões, não para obter respostas fáceis, mas para definir uma estratégia que nos permita iniciar, o quanto antes, a tão desejada recuperação económica.

Ao nível dos serviced office spaces, a perspetiva faz parte do dia a dia. Antecipar tendências é algo crucial para quem deseja ter as melhores soluções para as exigências das organizações. Assim, algumas questões merecem especial cuidado, seja por parte do tecido empresarial, seja no setor imobiliário: de que forma voltarão (ou se voltarão) as empresas aos modelos organizacionais anteriores? E qual será o formato preferencial de trabalho? Por fim, numa visão mais alargada no prazo, qual o perfil dos escritórios do futuro?

O mais provável é que o modelo para a próxima década já esteja a ser implementado há algum tempo. De facto, este é um mercado que vem a sofrer nos últimos anos as mais variadas mutações. Na realidade, a pandemia apenas antecipou um modelo que começava a ser seguido, feito de maior flexibilidade no aluguer e ocupação de espaços. O risco e a imprevisibilidade, afinal, duas premissas comuns a um qualquer negócio ou investimento, apenas ganharam maior cuidado com a integração da variável “Higiene e Saúde Pública”.

A transformação digital como catalisador do novo escritório

Perante um setor em mudança, apontemos, desde já, as nossas atenções para uma solução do tipo flexworking. E de que trata este inglesismo?

Com a transformação digital a ganhar espaço de destaque no léxico empresarial, quaisquer planos de negócios questionam a importância dos espaços de escritórios, avaliam os custos de manutenção, avançam com os prós e contras associados, com vista a uma eventual mitigação de riscos em caso de crise futura ou ajuste face a quebras de cariz económico.

Com isto, não podemos fugir ao teletrabalho. Se uma empresa tiver dimensão ou um modelo de negócio que o permita aos seus colaboradores, é um conceito que veio para ficar; as organizações e colaboradores começam a adaptar-se a uma realidade que permite exercer funções em qualquer lugar, desde que munidos de rede Wi-Fi. Mas, atenção, é altamente improvável que a cultura do contacto interpessoal no interior das companhias e junto de clientes e parceiros simplesmente se desvaneça com a pandemia.

Assim, é interessante aferir como estão a lidar com esta realidade.

Desde logo, através de contratualizações em aluguer mais curtas, que em muitos casos não deverão ultrapassar os 12 meses ou até menos. No limite, um acordo apenas para a realização de projetos pontuais. Mas também com implicações no perfil do escritório. Já se vinha a sentir em 2019, e mais se verificará, procura-se que este seja de menor dimensão, com componentes inovadoras e sofisticadas, numa ótica de adaptabilidade à já mencionada evolução tecnológica.

Para fazer face a este formato diferenciador, crescem os serviços disponibilizados e exigidos, numa perspetiva chave na mão, através de todo o apoio à equipa, da realização de obras que transmitam a visão de cada organização, com soluções de design e mobília personalizadas, numa perspetiva “sinta-se em casa” nos espaços de colaboração e lazer, sem esquecer a crescente atenção a zonas individualizadas para reflexão.

Em suma, libertar as empresas para o foco no seu core business e transmitir uma maior sensação de tranquilidade aos seus colaboradores.

A curto prazo, todos vamos regressar aos escritórios. É inevitável. Mas este regresso será feito numa ótica de trabalho “próximo da sua conveniência”, com toda a segurança, que varia em função do tipo de colaboração, do modelo de reuniões ou dos departamentos de cada empresa. Quanto ao local de trabalho, esse tanto pode ser um dia na Avenida da Liberdade, como outro dia no Saldanha ou no Parque das Nações, sem esquecer, claro, a nossa casa.

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