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Fogo que não só queima como também mata!

Concordo que se apurem responsabilidades com a máxima celeridade, contudo discordo que logo após estes incidentes se fale da ministra que queria estar de férias ou das condições climatéricas desfavoráveis e não se dê primazia aquelas pessoas que tudo perderam e a todas as outras que foram parcialmente afetadas pelos incêndios.
1 Novembro 2017, 08h33

Como não podia deixar de ser, tendo em conta os últimos incidentes lamentáveis que assolaram o nosso Portugal, decidi começar este meu primeiro artigo de opinião expressando a minha tristeza e compaixão para com todos aqueles que diretamente ou indiretamente foram afetados por estes fogos de dimensão dantesca que muitas vidas ceifaram e que levaram num ápice a perdas imensas.

Concordo que se apurem responsabilidades com a máxima celeridade, contudo discordo que logo após estes incidentes se fale da ministra que queria estar de férias ou das condições climatéricas desfavoráveis e não se dê primazia aquelas pessoas que tudo perderam e a todas as outras que foram parcialmente afetadas pelos incêndios. A meu ver o governo deveria estar mais focado em garantir que são dadas condições a estas pessoas.

Deveriam ser criadas delegações de catástrofe temporárias nas zonas afetadas de modo a ser dado todo o acompanhamento bem como auxiliar explicando os procedimentos necessários a nível de seguros e burocracia de modo a que o processo de reconstrução fosse o mais célere, tentando minimizar assim o sentimento de perda e deixando a esperança que num futuro breve o que foi perdido será reerguido.

Acho também que deveriam ser criados fundos e apoios extraordinários a nível camarário ou da junta para ajudar todas as pessoas afetadas pelos incêndios que não têm seguro, pois para além de tudo o que passaram, do sofrimento, do desespero e da impotência para travarem o fogo numa luta desigual, não podem enfrentar o dia seguinte desamparados.

Após isto devem então apurar-se as responsabilidades, mas acima de tudo no meu ver existe o dever de para além da culpa ou erro humano apurar que fatores precipitaram tais acontecimentos de modo a que possam com toda a certeza afirmar perante a população portuguesa que estarão mais focados, mais preparados e que numa próxima possível ocorrência esta não terá a dimensão dantesca de Pedrogão ou do trágico domingo de 15 de Outubro 2017.

Gostaria de publicamente demonstrar o meu orgulho pelos homens e mulheres que fazem parte das Associações de Bombeiros Voluntárias e Quartéis de bombeiros por este país fora que se dedicam e entregam de corpo e alma para proteger populações, bens e florestas sendo que em alguns casos estes mesmos bombeiros abdicam de salvar o que é seu para poder dar o seu contributo a salvar o que é dos outros e de todos, não obstante os perigos e riscos que enfrentam constantemente.

Lanço um repto aos nossos governantes para que se criem normas e leis que sejam mais severas para os incendiários de modo a dar o exemplo e a evitar uma alta taxa de reincidência, punindo também as empresas e indivíduos que lucram com estas ocorrências precipitando as mesmas. Tudo isto para que não se queimem florestas, para que não desapareçam as nossas paisagens naturais muitas delas únicas, mas, acima de tudo para que não haja perda de vida humana.

Um bem haja a todos os bombeiros de Portugal!

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