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Garantia mútua prepara respostas para os desafios do futuro

Num quadro em que a digitalização é o novo desafio que se coloca às empresas, a garantia mútua precisa de absorver as novas tendências. O XXIII Fórum Ibero-Americano de Sistemas de Garantia e Financiamento para PME debate, entre outras, esta questão fundamental.
25 Outubro 2018, 11h36

“Um palco de intervenção sobre o futuro” no sentido de encontrar “as novas funções da garantia mútua” num quadro de enormes mudanças da envolvente económica, é o desafio do sistema, disse Beatriz Freitas – presidente da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM) e da junta diretiva da REGAR (rede ibero-americanas de garantia), na abertura do XXIII Fórum Ibero-Americano de Sistemas de Garantia e Financiamento para PME, a decorrer estas quinta e sexta feiras no Porto, e de que o Jornal Económico é media partner.

Dedicada ao tema genérico das novas fronteiras para as economias ibero-americanas, a abertura da jornada serviu para centrar o foco do fórum: a necessidade de união entre todos os ‘players’ da garantia mútua, numa altura em que a Europa está a jogar a sua posição na economia digital, que constitui o próximo grande desafio comum.

Beatriz Freitas salientou que o sistema nacional de garantia mútua, criado em 1994, emitiu em 2017 garantias de 1,2 mil milhões de euros, que alavancaram investimentos de 2,7 mil milhões, incidindo sobre 364 mil postos de trabalho em 20 mil empresas nacionais. Os reflexos deste esforço “em termos da internacionalização” – garantia do sucesso dos negócios – são, para Beatriz Freitas, inquestionáveis.

Para Pablo Pombo, secretário-geral da REGAR, o sistema de garantia mútua já consolidou evidências de “compromisso, trabalho e esforço coletivo no desenvolvimento das economias”, o que é seguramente o seu mais importante objetivo. Com 500 mil milhões de euros de garantias presentes na sala, o sistema continua a ser, disse Pablo Pombo, um dos principais pilares do desenvolvimento das pequenas e médias empresas ibero-americanas.

“Os sistemas de garantia não são uma moda”, recordou, o que fica provado pelo facto de, na América do Sul, o seu contributo ter sido fundamental para o regresso do crescimento às economias daquele sub-continente. Neste quadro, “a inter-conexão entre todas as empresas do sistema” agregadas na REGAR é fundamental.

João Correia Neves, novo secretário de Estado da Economia – e ex-vice-presidente da SPGM – que fechou as intervenções que serviram para inaugurar os trabalhos do fórum, afirmou “que o sistema de garantia está consolidado” e que chegou a hora de o próprio sistema engendrar as respostas certas para os novos desafios.

Traçando um histórico da envolvente que, desde 2008, introduziu no tecido empresarial português dificuldades que dificilmente vêm sendo ultrapassadas, Correia Neves afirmou que “aumentar o valor acrescentado na nossa economia” tem de ser uma prioridade “que exige uma resposta integrada na qual o sistema de garantia tem um papel central”.

O apoio à capitalização de empresas e ao investimento é o objetivo – sendo neste ponto que o mutualismo continua a ter uma palavra a dizer, “com um histórico em Portugal muito interessante”, afirmou ainda. O papel da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) foi também salientado pelo secretário de Estado, “mas há ainda muito trabalho a fazer” num quadro da quarta revolução industrial ou revolução digital.

Foi este desafio que João Correia Neves isolou como a envolvente que “levanta novos e complicados desafios”, mas que, por outro lado “abrem novos desafios” que importa compreender e aos quais é necessário dar uma resposta positiva. “A digitalização da economia” e o apoio às empresas neste aspeto particular “é uma das prioridades estratégicas do Governo”, revelou o secretário de Estado

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