Gilles Lipovetsky, professor agregado de Filosofia na Universidade de Grenoble, França, é um dos pensadores europeus que mais tem influenciado a análise social nos finais do século XX e início do século XXI. Sociólogo obstinado, mas também filósofo atento, continua a aventurar-se a definir a modernidade. Ou melhor, a “hipermodernidade”, modelo teórico que cunhou para compreender o mundo contemporâneo, e que assenta em três lógicas fundamentais: o mercado, a tecnociência e a cultura individualista democrática. Mas também a era do vazio, o efémero e o reino do luxo, áreas que tem vindo a analisar.
Afável e descontraído, aceitou o convite para uma conversa informal no claustro do Convento das Bernardas, em Lisboa, fundado em 1653 por concessão de D. João IV. A História ressoa nas imensas lajes de pedra, mas o que aqui nos traz não é o passado e sim o que o presente já transporta de futuro. Em particular a crise climática, que o pensador francês considera ser a força capaz de “provocar mudanças no modo de vida do ser humano no longo prazo”.
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