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Glintt Next prepara ‘joint ventures’ para expandir em França, Alemanha, Reino Unido e Suécia

O plano é, até ao final do primeiro semestre, ter uma formalizada em cada país. “Acreditamos que podemos ter negócio noutros países, baseado no modelo de nearshore a partir da Península Ibérica e também com recurso a algumas pessoas offshore da América Latina”, disse ao JE o administrador Miguel Leocádio.
27 Março 2024, 07h30

A Glintt Next está a preparar a criação de, pelo menos, quatro joint ventures com empresas no Reino Unido, em França, na Alemanha e na Suécia como forma de expandir o negócio na Europa. Até junho A informação foi dada ao Jornal Económico (JE) pelo administrador Miguel Leocádio, sem precisar se serão alianças, parcerias comerciais ou fusão de sociedades.

“Estamos em contactos, portanto não posso avançar muito mais do que isso. Até final deste primeiro semestre de 2024, queremos ter pelo menos uma joint venture formalizada em cada um destes quatro países”, afirmou ao JE o administrador executivo da Glintt Global, que se dedica à consultoria tecnológica e prestação de serviços digitais.

“É um dos objetivos que temos e que está agora a ter mais energia em 2024 para termos negócio em quatro novos países. Acreditamos que o podemos fazer, baseado no modelo de nearshore a partir da Península Ibérica e também com recurso a algumas pessoas offshore [outsourcing] da América Latina, que temos bastante para Portugal”, detalhou Miguel Leocádio.

Questionado sobre se estas joint ventures serão como a que fizeram com a distribuidora farmacêutica espanhola Cofares em 2019, Miguel Leocádio admitiu que sim. “As joint ventures podem ter diversas configurações. Vai depender de caso para caso. Inclusive, podem chegar a esse ponto de formalização ou passar por criar um plano de negócios conjunto, com responsabilidades ou algum tipo de investimento, conjunto”, esclareceu ao JE.

O pendor de crescimento da Glintt Global, que tem cerca de 1.200 funcionários e mais de 30 anos de história, será exatamente o negócio internacional: quer neste grupo de novos mercados quer em Espanha, onde está há vários anos e que gerou um crescimento superior a 11% na faturação internacional do terceiro trimestre de 2023, a par com o Brasil e Angola. Os resultados do ano passado serão conhecidos no próximo dia 5 de abril.

Quanto à mudança que antiga Glintt – Global Intelligent Technologies fez no início este ano ao tornar-se oficialmente Glintt Global com duas divisões – Glintt Life para a área da saúde e Glintt Next ligada à consultoria digital – Miguel Leocádio sintetizou que o desaparecimento da marca Nexllence, lançada durante a pandemia, “não teve a ver com correr mal”.

“Passámos 2023 a repensar a nossa oferta de serviços, soluções e acabámos por ir tomando algumas decisões durante o ano e fazendo apostas, sendo que a principal para 2024 e anos seguintes foi criar uma área muito focada em dados e Inteligência Artificial. Porquê? Tem um potencial muito forte (talvez sem precedentes) de transformação para os negócios”, explicou o responsável pela Glintt Next.

Mais: o rebranding era importante para a forma como a empresa se apresenta ao mercado internacional, dissociada da saúde em exclusivo. Miguel Leocádio lembra até uma frase que costuma dizer – “para os negócios há uma oportunidade em todo o lado, resta-nos descobrir onde está” – e dá como exemplo os sectores logístico, financeiro e público.

“No mundo da logística, no qual trabalhamos muito na área farmacêutica para entrega de medicamentos, passa muito por antecipar necessidades de consumo para que eu, enquanto distribuidor, possa antecipar as futuras encomendas que vão chegar e fazer otimização de stocks.  As empresas de logística e distribuição têm aqui muito a ganhar”, sugeriu.

Mesmo na banca, considera que uma instituição financeira pode utilizar estes sistemas para antecipar necessidades de investimento ou de crédito dos clientes. “Ainda não acontece muito, mas será cada vez mais comum recebermos propostas muito concretas de aplicação de fundos, etc. Não falo de propostas generalistas, como acontece agora, em que um banco envia propostas iguais para um conjunto de pessoas ou para um segmento na tentativa de poder acertar nalguma”, alerta.

Em relação à Administração Pública, antevê que “daqui a muito pouco tempo” seja possível, numa situação de paternidade, maternidade, casamento, divórcio e/ou compra de casa, os serviços públicos elaborem automaticamente o guia de tarefas do cidadão durante esse processo (mudar a morada, pedir a licença e subsídio…).

Com a Inteligência Artificial generativa, há cada vez menos razões para que eu, como cidadão, não tenha os serviços públicos a trabalharem para mim proativamente. No limite, bastaria darmos o OK – Miguel Leocádio

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