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Governo da Venezuela tenta acalmar credores externos

O governo de Nicolás Maduro vai propor aos credores – quase todos norte-americanos e canadianos – uma solução que permita ao país ultrapassar as sanções impostas por Donald Trump.
9 Setembro 2017, 09h00

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vai iniciar negociações com os detentores de dívida soberana do país, na sequência do novo pacote de sanções aplicado pelos Estados Unidos, que, entre outras consequências, dificulta a emissão de novas obrigações de dívida. “No âmbito da luta contra o bloqueio, anuncio que, no decorrer das próximas duas semanas, todos os detentores da dívida pública venezuelana serão convidados para negociações”, afirmou Maduro, citado pelos órgãos de comunicação do país.

Maduro não especificou o propósito das reuniões, mas disse que havia dado “diretrizes claras” ao seu governo para se iniciarem essas negociações, tendo ainda recordado que 74% dos detentores de títulos venezuelanos são norte-americanos e canadianos. O presidente disse ainda que a Venezuela assumirá posição em defesa da segurança jurídica e financeira do país e dos investidores que possuem títulos da dívida soberana.

Recorde-se que, no passado dia 25 de agosto, o presidente norte-americano, Donald Trump proibiu por decreto a “negociação de novas dívidas emitidas” pelo governo venezuelano e pela companhia estatal de petróleo venezuelana, a PDVSA. As agências internacionais de rating alertaram sobre o risco de incumprimento das obrigações do Estado venezuelano por causa da deterioração das condições económicas e do aumento da tensão política. Desde então, o país tem visto acumular barreiras à emissão de nova dívida soberana.

Maduro lamentou que as sanções da Casa Branca afetem um fluxo de pagamentos que, segundo afirmou, equivale a 65 mil milhões de dólares (cerca de 52 mil milhões de euros) nos últimos dois anos e meio. O presidente recordou que, como resultado das sanções, “um banco internacional” tornou impossível pagar a fornecedores do Ministério dos Desportos.

Por outro lado, Maduro anunciou também que “a Venezuela implementará um novo sistema de pagamento internacional e criará um cabaz de moedas para nos libertar do dólar”, constituído pelas “moedas de conversão gratuita, o yuan, o euro, o iene, as rupias e outras moedas internacionais. O sistema permitirá, segundo o governo do país, regressar ao comércio internacional.

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