[weglot_switcher]

Grupo Jerónimo Martins cresceu em vendas, lucros e EBITDA em 2019

Grupo de distribuição liderado por Pedro Soares dos Santos destaca que o EBITDA ultrapassou no ano passado pela primeira vez a barreira dos mil milhões de euros.
  • Inácio Rosa / Lusa
20 Fevereiro 2020, 19h18

O Grupo Jerónimo Martins registou um desempenho positivo ao longo do exercício de 2019 em diversos indicadores económicos e financeiros, com destaque para as vendas consolidadas do grupo, que cresceram 7,5% face ao verificado no ano precedente, para um montante de 18,6 mil milhões de euros.

Os lucros do grupo retalhista português, que opera no mercado nacional, na Polónia e na Colômbia, também registram um desempenho positivo, com um crescimento de 7,9%, para um total de 433 milhões de euros, o equivalente a 390 milhões de euros, depois de aplicada a norma contabilística IFRS16.

Também o EBITDA do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos esteve em alta no ano passado, com uma subida de 7,9%, para 1.045 milhões de euros.

“2019 foi um ano de notável desempenho a todos os níveis, confirmado pelo forte crescimento de vendas e de resultados de todas as insígnias, que permitiu superar, pela primeira vez, a marca dos mil milhões de euros de EBITDA consolidado. Destaque também para a redução das perdas de EBITDA da Ara e para o atingimento do ponto de ‘breakeven’ do EBITDA da Hebe”, destaca um comunicado do Grupo Jerónimo Martins, enviado há minutos para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Vendas subiram 1,3 mil milhões de euros

De acordo com esse comunicado, “em 2019, a execução bem sucedida das nossas estratégias nos três mercados em que operamos somou 1,3 mil milhões de euros às vendas do grupo, com reforço das posições competitivas”.

“As vendas do grupo foram de 18,6 mil milhões de euros, 7,5% acima do ano anterior (+8,4% a taxas de câmbio constantes), com um LFL [‘like-for-like’, em bases comparáveis] de 5,3%”, acrescentam os responsáveis da Jerónimo Martins.

Na Polónia, “o consumo manteve-se em níveis saudáveis, impulsionando o ‘trading-up’ no cabaz alimentar”, enquanto “a inflação alimentar no país atingiu 4,9% no ano” e “o setor do retalho alimentar continuou a adaptar-se à implementação gradual da regulamentação que restringe a abertura de lojas ao domingo, a qual se refletiu na perda adicional de 13 dias de vendas, cumulativamente aos 21 dias de encerramento obrigatório em 2018”.

“Neste contexto, a Biedronka registou um muito significativo crescimento de vendas de 7,9% para 12,6 mil milhões de euros (+8,8% em moeda local). O crescimento LFL foi de 5,8%, traduzindo a contínua melhoria da oferta e da experiência de compra, bem como a força do posicionamento de preço, assente na combinação de EDLP (Every Day Low Price) com atractivas mecânicas promocionais. A inflação no cabaz, de cerca de 2,5% no ano, contribuiu também para este desempenho. A Hebe, mesmo com o impacto de menos 13 dias de vendas, aumentou as vendas em 24,9% para 259 milhões de euros (+25,9% em moeda local), suportadas também pelo arranque encorajador da operação de ‘e-commerce’.

Quanto a Portugal, os responsáveis da Jerónimo Martins consideram que “a envolvente de consumo foi favorável ao longo do ano e a inflação alimentar permaneceu baixa, nos 0,3%”.

“O Pingo Doce cresceu as vendas totais em 2,9% para 3,9 mil milhões de euros, incluindo um LFL (excl. combustível) de 2,5%. O Recheio registou um bom ano, com as vendas a atingirem o marco dos mil milhões de euros, 2,7% acima do ano anterior. Numa base LFL, o crescimento foi de 3,2%”, adianta o referido comunicado.

Por fim, “na Colômbia, o enquadramento em termos de consumo foi mais favorável do que no ano anterior, tendo o mercado mantido elevada intensidade concorrencial”.

“A Ara aumentou as vendas, em moeda local, em 37,9%, incluindo um notável LFL de 17,6%. Em euros, as vendas cresceram 30,8% para 784 milhões de euros”, adianta o documento em questão.

Segundo a administração do Grupo Jerónimo Martins, “na base deste bom desempenho está a prioridade estratégica dada por todas as insígnias à qualidade e à inovação da oferta, sem esquecer o posicionamento de preço e a estratégia promocional, permitindo ir ao encontro das necessidades e aspirações dos consumidores”.

“Esta dinâmica levou ao lançamento de 139 produtos de marca própria na Biedronka, 183 no Pingo Doce, 146 no Recheio e 68 na Ara”, revela o comunicado.

O melhor ano de sempre do Pingo Doce

“2019 foi um ano de notável desempenho com todas as companhias a entregarem crescimentos de vendas, resultados e ‘cash flow’, ao mesmo tempo que reforçaram as suas posições competitivas e implementaram vários projectos de transformação que abrirão o caminho a um novo ciclo de crescimento. A Biedronka entregou um forte aumento de vendas e resultados, mantendo o ritmo de inovação e a melhoria contínua da operação, nomeadamente através do reforço de testes de novas soluções tecnológicas”, destaca o CEO da Jerónimo Martins.

Pedro Soares dos Santos assinala que, “para o Pingo Doce, 2019 foi o melhor ano de sempre em termos de resultados”.

“Além disso, finalizou o projecto de um novo conceito de loja, a desenvolver em 2020, centrado na clara vantagem competitiva que a companhia tem vindo a construir na área de ‘meal solutions'”, defende aquele responsável.

“Por seu lado, a Ara concretizou uma mudança organizacional estratégica com o objectivo de dotar as várias regiões de maior autonomia, no que constituiu um passo fundamental para o sucesso futuro da operação. Simultaneamente, reduziu as suas perdas mantendo 2021 como o ano para atingimento do ‘breakeven’ ao nível do EBITDA”, explica o CEO da Jerónimo Martins em relação à operação na Colômbia.

“Cumprimos, pois, o plano a que nos propusemos em 2019 e fomos também capazes de continuar a progredir nas melhores práticas de sustentabilidade ambiental e social. Temos, por isso, razão para olhar com confiança para este 2020 – em que o Pingo Doce celebra o 40.º aniversário e a Biedronka o 25.º – e acreditar que será mais um ano de crescimento rentável e sustentável dos nossos negócios”, assegura Pedro Soares dos Santos.

Dividendos de 216,8 milhões de euros

A administração da Jerónimo Martins propõe a distribuição de 216,8 milhões de euros, de acordo com o comunicado que o grupo enviou para a CMVM.

(atualizado)

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.