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Instabilidade logo no primeiro dia da legislatura com impasse na eleição do presidente da AR

Novela no Parlamento, logo no primeiro dia da legislatura. Os deputados estiveram no hemiciclo, alguns deles conheceram os “cantos à casa” e terminaram a sessão sem a eleição do presidente da AR. Trabalhos prosseguem esta quarta-feira.
27 Março 2024, 07h30

Francisco Assis e José Pedro Aguiar-Branco falharam a maioria de 116 pontos para presidir à Assembleia da República, após três votações que prolongaram os trabalhos até às 23h00 desta terça-feira.

Os deputados Francisco Assis e José Pedro Aguiar-Branco falharam novamente a eleição para presidente da Assembleia da República, já que nenhum obteve a necessária maioria absoluta.

O socialista Francisco Assis obteve 90 votos, o social-democrata Aguiar-Branco 88 e registaram-se 52 votos brancos, na terceira tentativa falhada de eleger o próximo presidente da Assembleia da República.

O parlamento vai voltar a reunir-se na quarta-feira às 12h00 para uma nova votação para o cargo de presidente da Assembleia da República, após três tentativas falhadas esta terça-feira, podendo ser apresentadas candidaturas até às 11h00.

Uma eleição que parecia previsível

O dia parecia previsível e a eleição de José Pedro Aguiar-Branco seria apenas uma formalização uma vez que no dia anterior André Ventura tinha garantido que o partido que preside iria garantir a eleição do candidato do PSD.

Afinal, a revelação dos resultados da votação no antigo ministro da Justiça e da Defesa, insuficientes para ascender a segunda figura do Estado, deram o mote para uma guerra de palavras e de bastidores, um espelho de um Parlamento fragmentado.

O deputado do PSD, José Pedro Aguiar-Branco falhou a eleição para presidente da Assembleia da República com 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos, na primeira sessão plenária da XVI legislatura. O PSD retirou a candidatura (com acusações de uma coligação negativa mas o próprio candidato deu o passo em frente e anunciou a recandidatura.

Ao mesmo tempo, o PS apresentava Francisco Assis e o Chega avançou com a candidatura de Manuela Tender, obrigando os deputados a avançar para um segundo ato eleitoral, desta vez a três.

Nessa votação, Francisco Assis conseguiu 90 votos na eleição para presidente da Assembleia da República, enquanto Aguiar-Branco obteve 88, passando ambos à segunda volta. Nenhum dos candidatos obteve a necessária maioria absoluta para ser eleito à primeira volta presidente do parlamento.

A candidata apresentada pelo Chega, a deputada Manuela Tender, teve 49 votos favoráveis (menos um do que a totalidade da sua bancada) e ficou pelo caminho nesta votação. Nesta votação, em que participaram 229 deputados, registaram-se ainda dois votos brancos.

“Divergências” e “chão comum”

A ordem de trabalhos começou com as boas-vindas de Joaquim Miranda Sarmento, do PSD. “Dar as boas-vindas aos deputados, e desejar bom trabalho para, que nas divergências mas naquilo que é o chão comum, contribuir para resolver os problemas que afetam o dia-a-dia dos portugueses, contribuir para que, em 2028, quando termina a legislatura, o país possa estar melhor”, disse Miranda Sarmento.

Os deputados dedicaram-se primeiro à distribuição dos lugares, depois à eleição dos membros da Mesa, e até a indicação do presidente provisório para abrir e conduzir os trabalhos do plenário, que ficou entregue a António Filipe do PCP.

Quanto aos lugares em que se vão sentar, a Aliança Democrática, que venceu as legislativas, vai estar separada, com os centristas a sentarem-se entre os oito deputados da Iniciativa Liberal e os 50 do Chega. À esquerda, o Livre vai sentar-se na primeira fila, ao lado dos socialistas e a separar PS e os parlamentares mais à esquerda, PCP e Bloco. A deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, senta-se entre socialistas e social-democratas.

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