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João Ferreira recupera tema da “renegociação da dívida nos juros, prazos e montantes”

“Ao todo, foram mais de 100 mil milhões de euros de juros pagos à banca desde a entrada de Portugal no euro, recursos que fizeram e fazem falta aos salários, pensões, aos serviços e investimento públicos, à dinamização da produção nacional”, afirmou o eurodeputado comunista.
19 Maio 2019, 17h35

O cabeça de lista europeu da CDU recuperou hoje o tema da dívida externa portuguesa, defendendo a renegociação de “juros, prazos e montantes”, num comício de campanha eleitoral em Alhandra, Vila Franca de Xira.

Para o eurodeputado, Portugal precisa de encarar a renegociação da sua dívida pública nos seus juros, prazos e montantes. “Esta é uma necessidade e uma possibilidade, fixando encargos com o serviço da dívida compatíveis com o crescimento e desenvolvimento”. João Ferreira diz que isto implicaria assumir simultaneamente a possibilidade “de recuperar a soberania monetária”, que “pode e deve” estar articulada com a libertação do euro e a recuperação para o controlo público de setores como a banca.

O eurodeputado comunista afirmou que “há quem julgue que a dívida deixou de constituir um problema e que a sua renegociação deixou de ser uma necessidade”.

“É possível, se não houver um outro grande banco a ir à falência, se não eclodir uma nova crise na economia mundial, se a situação internacional se mantiver com relativa estabilidade… Se, se e se… É possível que a dívida possa continuar a ser paulatinamente reduzida, como nestes últimos três anos e meio, mas mesmo assim, se a atual trajetória se mantivesse, só lá para 2038 é que Portugal passaria a ter a dívida inferior a 60% do PIB que a União Europeia reclama. São muitos estes ‘se'”, insistiu.

Segundo João Ferreira, as políticas do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, “os pilares da ‘troika’ em Portugal, estimularam a usurpação de recursos nacionais para encher os cofres dos bancos alemães, franceses ou americanos à custa dos juros de uma dívida, num processo que diz muito sobre a dita solidariedade na União Europeia”.

“Ao todo, foram mais de 100 mil milhões de euros de juros pagos à banca desde a entrada de Portugal no euro, recursos que fizeram e fazem falta aos salários, pensões, aos serviços e investimento públicos, à dinamização da produção nacional”, resumiu.

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