[weglot_switcher]

José Sócrates: “Ao longo dos meus seis anos de mandato nunca houve um ato concreto de corrupção”

Em entrevista à “TVI”, o antigo primeiro ministro considera que o juiz Ivo Rosa “não fez mais que o seu dever” ao anular os crimes de corrupção pelos quais José Sócrates era acusado.
14 Abril 2021, 21h15

José Sócrates referiu que as decisões tomadas pelo juiz Ivo Rosa na Operação Marquês mostraram que durante o seu percurso enquanto primeiro-ministro nunca cometeu qualquer tipo de corrupção. “Deixou de existir o crime de corrupção sem ato, nem sabia que isso existia, porque sempre achei que a corrupção exigia um ato. O que o juiz diz é que ao longo dos meus seis anos de mandato nunca houve um ato concreto de corrupção”, afirmou esta noite em entrevista à “TVI”.

O antigo primeiro-ministro salientou que em relação ao crime de corrupção por simpatia ou mercadejar “é absolutamente falso e injusto para comigo e para o engenheiro Carlos Santos Silva. Nunca pratiquei nenhum acordo com o engenheiro Carlos Santos Silva relativamente a um comportamento menos honesto”.

José Sócrates frisou que não nutre nenhuma simpatia e antipatia por Ivo Rosa, sendo que apenas o vê como o juiz escolhido “segundo as regras da lei, coisa que não aconteceu com o juiz Carlos Alexandre. As decisões que ele [Ivo Rosa] tomou relativamente às mentiras sobre mim, não fez mais que o seu dever”, realçou.

Para o antigo primeiro-ministro, o juiz Ivo Rosa decidiu deitar abaixo todas as acusações porque não tinha outra hipótese de o fazer. “As acusações eram estapafúrdias”, sublinhou.

O ex-primeiro ministro José Sócrates vai ser pronunciado por três crimes de branqueamento de capitais e um de falsificação de documentos e terão de ir a julgamento.

Um dos crimes diz respeito à utilização das contas bancárias junto do Montepio Geral da arguida Inês do Rosário (mulher de Santos Silva); um refere-se ao uso das contas bancárias do arguido João Perna (motorista) e um é de lavagem de 163.402,50 euros entre 2012-2014.

O crime de falsificação documental deve-se à produção do uso de documentação referente ao arrendamento do apartamento de Paris, aos contratos de prestação de serviços entre a RMF Consulting e Domingos Farinho e aos contratos entre a RMF e António Manuel Peixoto.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.