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“Lisboa é das poucas capitais onde se ‘respira’ surf”

Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, foi o convidado na última edição do “Jogo Económico”, no qual destacou o impacto económico da modalidade em Portugal e os desafios a serem cumpridos nos próximos anos.
20 Outubro 2018, 10h00

O melhor ainda está para vir para o surf em Portugal. Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), e que organiza entre outras provas a ‘Liga MEO Surf’, foi o convidado da última edição do ‘Jogo Económico’, no qual o impacto económico da modalidade em Portugal esteve em debate. Francisco Rodrigues, concorda que um desporto jovem como o surf, está atravessar a sua melhor fase em Portugal.

“Todos os índices relacionados com o surf são de um crescimento saudável, mas isto não quer dizer que não haverão algumas áreas, que não precisem também de mais atenção e que tenham as suas oportunidades de melhoria”, refere.

O presidente da ANS, destaca as conquistas portuguesas com a dimensão da modalidade no país.

“A realidade é que podemos dizer que temos neste momento em Portugal, uma quarta geração de surfistas com as ‘capelinhas’ todas vencidas. Ou seja, com um desporto que faz parte da sociedade, que tem economia nessa mesma sociedade, que é aceite na família e um desporto que também vive dentro de uma cultura de mar, que está bastante enraizada na sociedade portuguesa”, explica.

Em 2016, o surf tinha um impacto económico em Portugal de 400 milhões de euros. Francisco Rodrigues prefere dar ênfase a outros aspetos. ”O ponto mais importante desse número é perceber a ordem de grandeza. mas é irrelevante dizer se são 400, 500 ou 600 milhões de euros. É esta a ordem de grandeza que interessa nos seus vários pontos e podemos estruturar esse número para perceber como se chega a ele”, refere. O presidente da ANS, divide o ‘capital tangível’ como o mais importante de todos em quatro faixas. “A primeira faixa que é toda a indústria endémica do surf, onde se incluem as marcas que vendem produtos de surf, as escolas e todos os serviços relacionados com o surf. Temos uma segunda faixa que é o turismo gerado através do surf e uma terceira que são os indiretos, ou seja, um surfista é viajante em Portugal e é consumidor de outras indústrias que nada têm a ver com o surf, mas o input inicial é: esse consumo existe porque vai fazer surf. A isso podemos juntar o capital intangível e que vai ganhando cada vez mais expressão. A última faixa é um capital mais exportador, que passa por uma série de marcas globais do surf que produzem em Portugal para vender em mercados de surf no mundo inteiro”, explica.

A vinda da sede da World Surf League para Portugal é vista por Francisco Rodrigues, como a conclusão do “ciclo final da economia fixa”, com a inclusão de algumas empresas no nosso país, sendo “natural que o surf business comece a circular à volta de Lisboa”, até porque a capital portuguesa é das poucas no mundo inteiro, “onde se ‘respira’ surf no centro da cidade e onde num raio de 150km à volta de Lisboa, existem 365 dias por ano com condições no mínimo satisfatórias para a prática da modalidade”, refere o presidente da ANS.

Nos próximos dez anos existem já metas para serem alcançadas. “O grande desafio será atrair as empresas que estão na Europa para Portugal. Será aí que os números podem ganhar outro tipo de corpo e também na parte do emprego. Não passámos a ser a primeira nação europeia, a nível de competência e isto é um desafio. Todos nós devemos amadurecer e pensar o que podemos fazer melhor e não passa só por nós”, frisa Francisco Rodrigues, que dá uma importância fulcral aos estudos. “A questão da educação aqui é nuclear. Para se ser um campeão no surf, os estudos são importantes”, destaca o presidente da ANS.

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