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Lucros recorde na banca portuguesa não devem manter-se, diz DBRS

A agência de notação estima que a margem financeira dos bancos portugueses vai descer gradualmente num cenário em que se prevê uma descida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu.
28 Março 2024, 10h02

Os bancos portugueses obtiveram lucros recorde no ano passado, naquela que é uma tendência que não deverá persistir perante a descida prevista das taxas de juro, estima a DBRS numa nota enviada esta quinta-feira.

“Os bancos portugueses tiveram outro ano forte em 2023”, refere a agência de notação, apontando que os lucros gerados com a subida das taxas de juro superaram o ligeiro aumento dos custos e provisões. Como resultado, diz, “o lucro líquido total do sector subiu 71% em termos homólogos”.

A rentabilidade melhorou à boleia de um reforço da margem financeira, que, no conjunto do sector, aumentou para 9.682 milhões de euros em 2023, face a 5.777 milhões de euros em 2022, nota a DBRS.

Por outro lado, as provisões e imparidades cresceram 369 milhões de euros em 2023, para 1.937 milhões de euros, refletindo a expectativa de que haverá uma deterioração da qualidade dos ativos num cenário de taxas de juro elevadas e de abrandamento da economia.

A agência de notação sublinha, contudo, que o “desempenho dos bancos portugueses deverá ter alcançado um pico no ano passado, acompanhando a subida dos juros”. Isto porque a “estabilização e descida provável das taxas de juro significa que a margem vai descer gradualmente”.

Ainda assim, os responsáveis da DBRS estimam “que as instituições financeiras mantenham resultados sólidos numa altura em que as taxas continuam em níveis elevados”. Quanto ao aumento do crédito malparado, afirmam que os bancos vão conseguir gerir qualquer deterioração da qualidade dos ativos numa altura em que a economia portuguesa mantém-se sólida e há pleno emprego.

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