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Economia e mercados melhoram risco das seguradoras

A classificação dos riscos de rendibilidade e solvabilidade do setor segurador permanece em médio-baixo, com tendência inclinada descendente, segundo o painel.
17 Abril 2024, 16h59

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) publicou a mais recente edição do Painel de Riscos do Setor Segurador, apresentando o panorama atual dos riscos face à informação disponível.

Em concreto, o Painel considera a informação das variáveis financeiras relativa a 15 de março de 2024, conjugada com os dados reportados pelas empresas de seguros com referência a 31 de dezembro de 2023.

Verifica-se uma melhoria nos riscos macroeconómicos e riscos de mercado. Ao passo que os riscos de crédito se mantêm.

Em queda estão os riscos de Rendibilidade e Solvabilidade.

A melhoria das projeções de crescimento económico, a redução da dívida pública portuguesa para um patamar abaixo dos 100% do PIB e a desaceleração da taxa de inflação em cadeia para valores próximos do patamar fixado pelo Banco Central Europeu justificam a revisão em baixa da avaliação da categoria de riscos macroeconómicos, passando de alto para médio-alto.

“Apesar desta melhoria, no panorama internacional, persistem vulnerabilidades importantes relacionadas com os conflitos geopolíticos, nomeadamente a guerra no leste europeu e no médio oriente”, revela a ASF.

No que se refere à categoria de riscos de crédito, estes permanecem classificados em médio-alto.

Desde o final de outubro de 2023 “tem-se assistido a uma tendência decrescente dos prémios de risco dos emitentes soberanos e de dívida corporate”, diz o regulador.

“Numa ótica prospetiva, mantêm-se relevantes as vulnerabilidades decorrentes do aumento da pressão sobre as condições de financiamento das empresas e particulares, cujos efeitos poderão ainda fazer-se sentir”, segundo a ASF.

Por sua vez, a avaliação dos riscos de mercado mantém-se em médio-alto, embora com tendência descendente.  A volatilidade nos mercados obrigacionistas “revelou uma redução face ao início de 2024, enquanto a dos mercados acionistas se manteve constante e em níveis moderados”.

“Importa, ainda assim, salientar a persistência do risco de correção material futura dos preços dos ativos, inclusivamente por via de um evento potencialmente sistémico”, acrescenta a ASF.

A categoria de riscos de liquidez mantém a sua avaliação em médio-baixo, “verificando-se alguma estabilidade do rácio de liquidez de ativos”. Por sua vez, o rácio de entradas sobre saídas manteve uma trajetória descendente, revela o regulador.

A classificação dos riscos de rendibilidade e solvabilidade do setor segurador permanece em médio-baixo, com tendência inclinada descendente, segundo o painel.

A ASF explica que, em 2023, os resultados técnicos dos ramos Vida e Não Vida registaram crescimentos.

A autoridade liderada por Margarida Corrêa de Aguiar destaca ainda a manutenção do rácio global de cobertura dos requisitos de capital de solvência num patamar superior a 200%.

A avaliação dos riscos de interligações conserva-se em médio-baixo.

“Verificou-se um novo decréscimo da exposição das empresas de seguros à dívida soberana nacional, em paralelo com a manutenção do peso total do investimento em emitentes do setor financeiro. O nível de concentração dos ativos por setor de atividade e por grupo económico diminuiu, tendo-se, contudo, assistido, no último indicador, a uma evolução heterogénea entre as empresas de seguros”, detalha a ASF.

No que concerne aos riscos específicos de seguros Vida e Não Vida, ambas as categorias permanecem classificadas em médio-alto.

O regulador lembra que a produção total de 2023 do ramo Vida registou uma quebra face a 2022, “a qual retrata, em larga medida, o decréscimo experienciado ao nível dos produtos Vida Ligados”.

“Adicionalmente, verificou-se um aumento, ainda que comedido, da taxa de resgates de produtos financeiros”, refere ainda.

Em relação aos ramos Não Vida, face ao trimestre anterior, “observou-se simultaneamente um aumento do valor anualizado dos prémios brutos emitidos e dos custos com sinistros, este último, de maior magnitude, o que se traduziu no aumento da taxa de sinistralidade global do segmento em 2023”.

“Importa notar que o incremento dos custos com sinistros espelha essencialmente a evolução da modalidade de Acidentes de Trabalho, refletindo o aumento dos montantes pagos e o efeito da revisão em alta do valor das respetivas provisões técnicas, decorrente do efeito de desconto”, acrescenta.

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