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Mais de metade das empresas oferece teletrabalho e em 40% não é preciso falar português

Diretório de Empresas da Talent Portugal revela que o teletrabalho veio para ficar, mais surpreendente é que seja possível trabalhar em mais de 40% das 204 empresas que integram o Diretório sem saber falar português.
18 Janeiro 2024, 17h18

Mais de metade (55%) das 204 empresas participantes na edição 2023 do Diretório de Empresas da comunidade de atração de talento Talent Portugal oferece a possibilidade do teletrabalho aos seus colaboradores.

O horário flexível é outra cada vez maior exigência de quem trabalha, com mais de metade das empresas (51%) a oferecerem esta opção.

Outra tendência em destaque é o trabalho nómada. A possibilidade de trabalhar remotamente em qualquer lugar ou parte do mundo já é oferecida por 6% das organizações.

“Estes dados demonstram que existe, atualmente, um crescente reconhecimento por parte das empresas da importância da flexibilidade e do work-life balance como uma peça central na atração de talentos e na promoção da qualidade de vida dos colaboradores”.

O Diretório de Empresas da Talent Portugal, publicado anualmente em revista e formato digital, contem informações sobre os empregadores e fornece dados sobre as competências mais procuradas pelas organizações e ofertas de trabalho. Esta é sétima edição.

“É possível trabalhar em mais de 40% das empresas que integram o Diretório sem saber falar português”, revela o documento. Por outro lado, adianta, “falar inglês é já um pressuposto, uma vez que a quase totalidade das empresas (94%) valorizam esta competência e o seu desconhecimento é geralmente um fator eliminatório”.

A par do espanhol, procurado por metade das empresas, também o francês e o alemão são bastante requisitados, por 42% e 25% das empresas. Este facto deve-se ao historial de investimento estrangeiro realizado por empresas francesas e alemãs em Portugal, justifica.

 

Tecnologias de Informação: área profissional mais procurada

Segundo a Talent Portugal, na lista das áreas profissionais mais procuradas, os profissionais das Tecnologias de Informação surgem em primeiro lugar, sendo requisitados por 76% das empresas. Seguem-se os formados em Engenharia (64%), cuja importância se deve à grande versatilidade, podendo trabalhar em diversos setores e atividades, o que lhes confere uma grande empregabilidade. A Gestão e Economia surge em terceiro lugar no pódio (56%), também pela sua versatilidade e presença universal em todas as organizações. Outras áreas de relevo incluem Marketing e Vendas (51%), Recursos Humanos (44%), Finanças e Contabilidade (43%) e Apoio ao Cliente (33%).

As feiras de emprego dão uma perspetiva semelhante. Dos 85 eventos listados pela comunidade, os maiores coincidem com as áreas de formação mais procuradas, estando a Engenharia na liderança (64% das feiras). Seguem-se as áreas de Marketing e Vendas, Tecnologias de Informação e Gestão e Economia, presentes em mais de metade das feiras de emprego selecionadas.

 

Estágios: principal forma de integração de colaboradores jovens

Além do emprego direto, as empresas têm vindo a diversificar as formas de integração dos novos colaboradores, em particular dos mais jovens e dos formados no ensino superior. Segundo o Diretório, três quartos das empresas participantes oferecem estágios profissionais, sendo esta a medida pública mais importante e com grande adesão pelas organizações. Os estágios curriculares (70%) são, logo de seguida, a forma de integração mais comum.

Já os estágios de verão são a grande novidade, com um crescimento exponencial nos últimos anos, refere o documento. Atualmente, precisa, mais de metade das empresas (52%) oferece este tipo de abordagem aos estudantes universitários.

“Através deste primeiro contacto com o ambiente empresarial, os estudantes podem voltar à sua formação com um conhecimento mais sólido sobre o “mundo real” do trabalho, que permite mais tarde orientar as escolhas no início de carreira”, justifica-se, acrescentando: “Para as empresas, apesar do esforço que significa mobilizar recursos e profissionais para esta atividade de curta duração, é uma excelente forma de detetar futuros colaboradores de elevado potencial, assim como promover o employer branding, dada a visibilidade que dão ao interior da empresa”.

Além dos programas de trainees, oferecidos por 38% das empresas, a realização da tese académica na empresa é a mais recente novidade de ligação das empresas com o meio universitário, estando presente em cerca de um terço das empresas.

O Diretório revela ainda que a saúde e o bem-estar dos colaboradores são cada vez mais uma prioridade para as organizações e que Lisboa e Porto concentram o maior número de empresas.

A Talent Portugal realiza no dia 30 de janeiro, na Fundação do Oriente, em Lisboa, a Employer Branding Conference para dar a conhecer as últimas tendências no mercado de trabalho.

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