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Manuel Maria Correia: “As guerras agora são cibernéticas”

O diretor da DXC Technology refere ao Jornal Económico que os ataques informáticos continuam a ser o elefante na sala: “Ninguém quer falar sobre este tema. Ninguém ter dizer que foi atacado. O que lhe posso dizer é que os ataques continuam e alguns são bem sucedidos”.
23 Janeiro 2020, 11h30

A DXC Technology Portugal refere que os ataques informáticos continuam a acontecer diariamente (e a todos os minutos), mas o assunto mantém-se um tabu para a maioria das organizações, mesmo que essas intrusões de hackers não tenham causado problemas aos seus funcionários e clientes.

“As guerras agora são cibernéticas. O tema é importante, por questões reputacionais. O nosso papel aqui é tentar garantir que os processos de segurança estão sempre inplace. Mais do que proteger-nos a nós é proteger os dados dos nossos clientes. Essa é a nossa maior responsabilidade”, disse o diretor geral da DXC Portugal ao Jornal Económico (JE).

No ano passado, a agência “Reuters” divulgou um trabalho de investigação sobre um ataque informático da China a oito das maiores empresas de TI do mundo, entre as quais a DXC Technology. As outras vítimas dos “cloud hoppers” – como ficaram conhecidos os ‘piratas’– foram a Fujitsu, Tata Consultancy Services, NTT Data. Dimension Data, Computer Sciences Corporation, HPE e IBM. “Foi na altura em que ainda éramos HP. Desde que somos DXC não temos qualquer ataque sucedido que tenha comprometido algum dos nossos clientes”, justificou Manuel Maria Correia ao JE.

Em entrevista, o gestor refere que os colaboradores da DXC sempre construíram uma oferta de segurança, porém nunca a tinham vendido como tal até aos últimos anos. “Depois, separámos esse serviço como uma estrutura vertical que olha não só para a nossa proteção como para a dos nossos clientes. Temos 900 torres em todo o mundo que estão a monitorizar a todos os segundos”, explica.

A empresa, à semelhança dos seus concorrentes, avisa os clientes quando há incidentes grandes de segurança ou vulnerabilidades na tecnologia. “Ainda há pouco tempo aconteceu. Nos centros de segurança a todos os minutos estão a acontecer coisas. Os temas são tão sensíveis que eles nunca nos dizem se já sabiam. Ninguém quer falar sobre este tema. Ninguém ter dizer que foi atacado, nem que correu bem nem que não correu bem. O que lhe posso dizer é que os ataques continuam e alguns são bem sucedidos”, admite Manuel Maria Correia.

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