O ministro das Finanças defendeu esta quinta-feira, no Fórum Económico Mundial, um sistema cambial multipolar. “Eu acho que um sistema multi-dólar tornará o mundo mais seguro daqui para frente do que o sistema que temos hoje. Mas também vejo isso a acontecer a passos pequenos”, argumentou Mário Centeno.
O governante português foi um dos oradores no painel “Desafiar a dominância do dólar” no encontro que decorre na estância suíça de Davos. Em cima da mesa esteve o facto de o dólar norte-americano ser a moeda de reserva e de pagamento mais dominante do mundo, as oportunidades que podem surgir de alternativas a esta divisa e quais poderiam ser os pilares de uma arquitetura financeira para um mundo multipolar e multiconcetual. “O sentimento de integração do euro não se desvaneceu durante este anos”, realçou Mário Centeno.
A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) referiu que há “absolutamente” um bom argumento para aquilo que o presidente do Eurogrupo disse, tendo em conta que o sistema cambial atual parece muito mais desequilibrado do que deveria. No entanto, questionou-se sobre o conceito em si.
“A questão é o que você quer dizer com multipolaridade. Po um lado, obtém-se alguma eficiência ao ter-se uma moeda comum: se estás a negociar em mercados internacionais, a maioria dos exportadores também está a importar mercadorias, e se ambas as moedas estiverem alinhadas ajudá-las-á a não se terem de preocupar com a troca de riscos. Por outro lado, é claro, temos o agora chamado ciclo financeiro global, que é sempre que a Fed usa política monetária ou as taxas caem, toda a gente no mundo tem de lidar com isso”, justificou Gita Gopinath.
Na opinião da porta-voz do FMI, “o dólar ainda permanece muito atraente”, mas o mundo precisa hoje de mais inclusão financeira e “muito melhores” mecanismos de pagamento cruzado polar – e é aqui a tecnologia pode desempenhar um papel fundamental. Ou seja, as fintechs podem ter uma palavra a dizer.
Por sua vez, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse que existirão “cinco ou seis fortes moedas fortes”. O painel contou ainda com Zhu Ning, dean associate do National Institute of Financial Research da Shanghai Advanced Institute of Finance, que fez referências ao sistema financeiro chinês.
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