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Mercados em queda na Europa. EDP Renováveis cai quase 5%

Hoje a Alemanha foi notícia por causa dos estímulos de 750 mil milhões. Os mercados de ações fecharam em queda, o petróleo também recua nos mercados internacionais. Em Lisboa, os juros a 10 agravam a caminho do 1%.
  • Daniel Munoz/Reuters
23 Março 2020, 17h40

No fecho da sessão desta segunda-feira, o PSI-20 caiu 1,91% para 3.600 pontos, ainda assim, melhor que os índices das principais bolsas europeias.

Em Lisboa, a Corticeira Amorim e a EDP Renováveis lideraram as perdas. A primeira caiu 4,88% para 7,61 euros, e a segunda recuou 4,72% para 8,89 euros. A Semapa também caiu mais de 4% (-4,31% para 7,10 euros) e a Navigator perdeu 3,85% para 1,92 euros.

No grupo das quedas de 2%, o destaque vai para o BCP, que recuou 2,33% para 0,1006 euros. A Ibersol continua a cair (-2,74% para 4,62 euros); a NOS deslizou 2,22% para 3,00 euros. Altri caiu 2,02% para 3,10 euros.

A Sonae Capital perdeu 2,27% para 0,4085 euros. A EDP também levou uma queda na sessão de 1,54% para 3,14 euros.

O grupo EDP esteve em destaque depois de a Goldman Sachs ter reduzido o preço-alvo da casa-mãe dos 5,40 euros para 4,50 euros. Já na EDP Renováveis, o preço-alvo foi cortado dos 14,50 euros para os 13,50 euros, segundo a “Bloomberg”.

As únicas exceções à queda da bolsa portuguesa foram as ações da Sonae (+1,29% para 0,5515 euros) e as da Galp (+0,68% para 8,30 euros).

Os mercados europeus fecharam a perder cerca de 3%. Isto após a Alemanha ter aprovado um pacote de estímulos económicos de 750 mil milhões de euros.

“Nem o pacote de estímulos de 750 mil milhões anunciado pela Alemanha, que adicionalmente prometeu ajudar Itália, foi suficiente para gerar otimismo nas últimas horas de negociação”, descreveu o analista do Millennium bcp Ramiro Loureiro.

“No seio empresarial destaque para a valorização da Hasbro, em reação à afirmação do CEO ter afirmado que as vendas no 1.º trimestre foram boas”, destaca.

Na Europa, o EuroStoxx 50 fechou nos 2.485,5 pontos (-2,47%). O vizinho IBEX  35 fechou nos 6.230,2 pontos (-3,11%); o alemão DAX terminou a sessão nos 8.741,1 pontos (-2,10%) e o CAC 40 encerrou nos 3.914,3 pontos (-3,32%). Já o FTSE MIB de Milão caiu menos, recuou -1,09% para 15.559,8 pontos.

Por fim, em Londres, o FTSE 100 caiu 3,79% para 4.993,9 pontos.

“No universo Stoxx600 apenas 58 das 600 empresas fogem às quedas, com os setores cíclicos a serem uma vez mais os mais castigados”, refere uma análise da Mtrader de hoje.

O primeiro dia da semana voltou assim a ser negativo para as praças europeias. “O contágio do novo vírus continua a alastrar-se a vários países europeus, provocando mortes e dando origem a preocupações de cariz económico”, refere o BPI no seu comentário de fecho.

Mesmo depois de vários bancos centrais e diversos Governos terem tomado medidas para mitigar tal impacto económico, a esperança reside agora na introdução de estímulos fiscais na Alemanha, adianta a mesma análise.

Entretanto, em Itália há novas medidas de contenção que foram anunciadas nas últimas horas e que hoje entraram em vigor. O Governo Italiano tem implementado medidas progressivas de isolamento, “tendo interrompido, no sábado, as atividades produtivas até 3 de abril, com exceção das essenciais, como cuidados médicos, a produção agroalimentar, logística e energia. Este anúncio conduziu o mercado bolsista a uma ligeira overperformance relativamente aos pares europeus”, refere o BPI.

Em termos empresariais, o analista do BPI salienta a Royal Dutch Shell que informou hoje que irá reduzir os seus gastos em 2020 no valor de 5.000 milhões de dólares e suspendeu o seu programa de recompra de ações próprias.

Na agenda macroeconómica de hoje o destaque vai para a divulgação da confiança dos consumidores da zona euro, que atinge níveis de 2014.

O petróleo esteve em mínimos desde 2002. Os preços do petróleo continuaram em queda esta segunda-feira e atingiram  mínimos de 2002 durante a sessão.

O Brent em Londres cai -2,67% para 26,26 dólares.

O euro valoriza 0,70% para 1,0763 dólares.

As obrigações do tesouro alemãs caem 5,33 pontos base para -0,38%. Por cá, os juros continuam a subir. Agravaram +1,68 pontos base para 0,95%. Espanha idem com os juros em alta 2,6 pontos base para 0,75% e Itália em contra-mão com os juros a caírem 5,1 pontos base para 1,58%.

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