[weglot_switcher]

Miguel Pinto Luz anuncia candidatura à liderança do PSD

Miguel Pinto Luz junta-se a Luís Montenegro na corrida pela chefia do partido liderado por Rui Rio.
  • Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais e ex-candidato à liderança do PSD, Miguel Pinto Luz
18 Outubro 2019, 09h48

O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, anunciou oficialmente a sua candidatura à liderança do PSD esta sexta-feira, 18 de outubro, confirmando o que o Jornal Económico noticiou em 11 de outubro. Num vídeo publicado na sua conta de Facebook, intitulado de “O Futuro Diz Presente”, o social-democrata disse querer “liderar um novo projecto de mudança para a sociedade portuguesa”.

“O meu nome é Miguel Pinto Luz e sou o vosso candidato à liderança do PSD”, declarou. Desta forma, Pinto Luz junta-se a Luís Montenegro na corrida pela chefia do partido liderado hoje por Rui Rio.

Em pouco mais de um minuto, o social-democrata afirmou querer liderar “um projeto político capaz de ser alternativa ao projeto socialista que asfixia os sonhos dos portugueses”. Pinto Luz defendeu que a solução governativa do PS “limita a liberdade de escolha” e, por isso, tomou posição: “Não é tempo para tacticismos, não podemos esperar mais quatro anos”.

“No dia 6 [de outubro, dia das eleições legislativas] perdemos todos mas no PSD também sabemos reerguemo-nos e reencontrar-nos, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa história. Eu quero transmitir-vos que encaro as próximas eleições para a liderança do PSD como uma oportunidade de reencontro das verdadeiras aspirações dos portugueses”, argumentou.

 

Pinto Luz avança com o apoio de vários notáveis. É o caso de José Eduardo Martins, do ex-secretário-geral do PSD José Matos Rosa e do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras. Ao JE, Carreiras explicou que apoia Pinto Luz, com quem trabalha há “muito tempo” na câmara, por reconhecer nele o “conhecimento técnico e político” necessário para o cargo e por representar uma geração mais nova e com uma “outra visão sobre o mundo”. Carreiras reconheceu, no entanto, uma desvantagem: a fraca notoriedade de Pinto Luz. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica e Informática e mestre em Redes de Computadores, tem um percurso ligado à Câmara de Cascais, tendo sido também secretário de Estado das Infraestruturas no segundo governo de Passos, que durou apenas 11 dias.

Mas Miguel Pinto Luz têm vindo a ganhar força, sobretudo em Lisboa. Um dos seus aliados, Ângelo Pereira, anunciou em 10 de outubro a candidatura à chefia da distrital do PSD de Lisboa, atualmente nas mãos de Pedro Pinto, apoiante de Rui Rio.

Tal como o JE também noticiou na sua edição de 11 de outubro, também Miguel Morgado, antigo assessor de Pedro Passos Coelho, prepara a sua candidatura, estando atualmente a reunir apoios.

Para Morgado, o resultado do PSD ficou aquém do desejável em 6 de outubro – 27,9% dos votos, o pior resultado dos últimos 36 anos, não conseguindo eleger nos três círculos eleitorais do Alentejo – e é necessário um debate “frutível, abrangente sobre o futuro do PSD”. Morgado considerou ao JE, porém, que Rio tem legitimidade para se recandidatar à liderança, apesar de considerar a sua estratégia “profundamente errada” e dizer que “está a corroer por dentro o PSD e a afastá-lo do eleitorado”. “O debate deve ser participado e ter vários interlocutores. Isso seria um sintoma de vitalidade e não de balbúrdia”, argumentou.

Já o atual presidente, Rui Rio, continua sem revelar se se recandidata à liderança do PSD, permanecendo em reflexão sobre o peso dos resultados eleitorais na sua liderança. Da última vez que falou publicamente, Rio disse que “não seria lógico que o PSD estivesse em grandes tumultos” enquanto se juntam as peças para a solução governativa para os próximos quatro anos, mas nos bastidores procuram-se condições para o seu “impeachment”.

O Conselho Nacional do PSD deverá reunir-se na última semana de outubro ou no início de novembro para marcar as eleições diretas e o Congresso para o início de 2020, segundo comunicou o secretário-geral do partido, José Silvano, no dia 16 de outubro.

Questionado pelos jornalistas se acredita que Rio vai continuar e até quando durará o seu silêncio, Silvano respondeu: “Nem acredito nem desacredito, a minha opinião é que gostava que ele se recandidatasse. Não sei o timing nem a data – decidirá como entender, da forma como entender -, o nosso líder é assim, é genuíno”.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.