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Montepio: inflação vai fazer uma pausa na aceleração este ano e no próximo

Análise do banco aponta para que a inflação portuguesa continue a convergir para a média dos restantes países do bloco. Apesar de a inflação em Portugal ter ficado abaixo da média da moeda única em janeiro, o agravamento da fiscalidade sobre combustíveis tem ditado nos últimos anos a tendência contrária.
  • Hugo Correia/Reuters
12 Fevereiro 2018, 18h59

Após três anos de aceleração, a inflação poderá estagnar em 2018 e 2019, segundo a estimativa do Montepio. No ano passado, a média anual ficou em 1,4%, ligeiramente abaixo dos 1,5% da zona euro, e a previsão é de contínua convergência com os países do bloco.

“A inflação média anual em 2017 cifrou-se em 1,4%, mas apresentou uma elevada volatilidade ao longo do ano, tendo atingido um máximo desde outubro de 2012 com os 2% em abril (essencialmente, devido ao efeito Páscoa, que em 2017 ocorreu em abril, quando, em 2016, tinha decorrido em março, com este efeito de base a ser elevado e especialmente sentido ao nível dos preços dos bens e serviços mais influenciados pelo turismo) e um mínimo de 0,9% em junho e julho (um mínimo desde dezembro de 2016: +0.9%)”, explicou o economista José Miguel Moreira, numa nota de research.

Já a inflação subjacente, excluindo os preços voláteis de produtos alimentares e combustíveis, medido através do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), subiu para 1,6% em 2017, dos 0,6% em 2016.

Esta segunda-feira, foram também divulgados os dados de janeiro, que revelam uma queda na inflação para 1%, dos 1,5% registados em dezembro, essencialmente devido à pressão dos saldos no setor do calçado e vestuário.

“Prevemos que, este ano e no próximo, a inflação faça uma pausa na tendência de aceleração observada entre 2015 e 2017, apontando-se para uma inflação média anual de 1,6% tanto para 2018 como para 2019”, referiu o economista do Montepio.

Sublinhou ainda que “o facto de a variação do IHPC português ter-se apresentado superior ao da Zona Euro, após o início de 2015, refletiu, essencialmente, o agravamento da fiscalidade ao nível dos combustíveis, reforçada, a partir de 31 de março de 2016, com a entrada em vigor do OE 2016”.

Sobre a comparação com a zona euro, José Miguel Moreira acrescentou ainda que após um diferencial negativo em 2013 (de 1,0 ponto percentual), observou-se uma redução em 2014, para -0,6 p.p.. Em 2015 e 2016, a situação reverteu, passando o diferencial a ser positivo (+0,5 p.p. e +0,4 p.p., respetivamente). No ano passado, a diferença foi de 0,1 pontos percentuais.

“As nossas previsões apontam para que este diferencial se mantenha ligeiramente positivo em 2018 e semelhante ao observado no ano anterior, em 0,1 p.p., já que prevemos uma inflação de 1,5% para a Zona Euro, devendo depois passar a ser nulo em 2019, atendendo a que projetamos uma subida inflação da região nesse ano para 1,6%”, afirmou.

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