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Moody’s alerta: Brexit sem acordo ganha força e poderá levar Reino Unido à recessão económica

“No caso de um resultado sem acordo, não seria uma conclusão antecipada que o perfil de crédito do Reino Unido fosse irreparavelmente enfraquecido”, alerta a Moody’s.
13 Setembro 2018, 17h07

O risco de um Brexit sem acordo entre Bruxelas e Reino Unido “subiu materialmente” nos últimos meses, alertou a agência de notação financeira Moody’s, esta quinta-feira, explicando ainda que um desacordo com a União Europeia (EU) provocará danos na economia britânica.

Em caso de sair da União Europeia sem acordo prévio, Londres poderá enfrentar, a longo prazo, num período de recessão económica. O Reino Unido e a UE “provavelmente tomarão medidas rápidas para limitar a separação a curto prazo”, mas uma saída desordenada “claramente colocaria desafios mais significativos do que uma saída negociada” afirmou o principal autor do relatório da Moody’s Colin Ellis, ao “Financial Times” (FT).

A curto prazo, uma saída britânica da UE desordenada levaria a uma desvalorização “acentuada da libra, levando a um aumento temporário da inflação e um recuo nos salários reais nos dois ou três anos seguintes” à conclusão do Brexit. “Por sua vez, pesaria nos gastos do consumidor e pressionaria o crescimento, com o risco de o Reino Unido entrar em recessão ”, defende a Moody’s, num relatório publicado após o ministro britânico para o Brexit, Dominic Raab, pedir à imprensa para parar de recorrer ao Brexit para justificar “facilmente” qualquer mau resultado do governo de Theresa May.

Mais, a análise da agência financeira norte-americana alerta que uma saída da UE desavinda com Bruxelas trará, também, consequências para setores estratégicos como os setores aeroespacial, automóvel e indústria química. E quanto à banca, a Moody’s indica que “os fundamentos do crédito enfraqueceriam devido a uma menor qualidade dos ativos e lucros mais tímidos”. Já as seguradoras poderiam enfrentar pressões sobre receitas e lucros, uma vez que o crescimento económico mais fraco reduziria a demanda por produtos segurados, escreve o FT.

E num cenário de aumento das obrigações dos consumidores sobre empréstimos bancários, o desemprego pode aumentar e os salários reais diminuir, enquanto a baixa imigração e o enfraquecimento da economia poderia ter repercussões nos serviços públicos.

“No caso de um resultado sem acordo, não seria uma conclusão antecipada que o perfil de crédito do Reino Unido fosse irreparavelmente enfraquecido”, alerta a Moody’s.

 

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