Elon Musk disse na quarta-feira que espera, em seis meses, comecem os testes clínicos em humanos do chip cerebral sem fio desenvolvido pela sua empresa Neuralink. O anúncio surge depois de a empresa não cumprir prazos anteriores estabelecidos pelo próprio, avança a “Reuters”.
A empresa está a desenvolver interfaces de chip cerebral que alegadamente podem permitir que pacientes com deficiência se movam e comuniquem novamente. O multimilionário acrescentou na quarta-feira que também terá como objetivo restaurar a visão, mesmo em quem tenha “nascido cego”, disse.
Com sede no Texas, a Neuralink tem realizado testes em animais nos últimos anos, enquanto procura a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para iniciar ensaios clínicos em pessoas. A FDA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
“Queremos ser extremamente cuidadosos e ter certeza de que funcionará bem antes de colocar um dispositivo em um ser humano”, disse Musk durante uma atualização pública sobre o dispositivo, onde enfatizou a velocidade com que a empresa está a desenvolvê-lo.
“O progresso a princípio, particularmente no que se aplica aos humanos, parecerá talvez agonizantemente lento, mas estamos a fazer tudo para o aumentar”, afirmou. “Portanto, em teoria, o progresso deveria ser exponencial.”
Musk é conhecido por ter objetivos ambiciosos, como colonizar Marte e salvar a humanidade. A Neuralink, lançada em 2016, encaixa na sua visão. Ele quer desenvolver um chip que permita ao cérebro controlar dispositivos eletrónicos complexos e permitir que pessoas com paralisia recuperem a função motora e tratem doenças cerebrais como Parkinson, demência e Alzheimer. Ele também fala em fundir o cérebro com a inteligência artificia, segundo a agência noticiosa.
Contudo, o dispositivo está atrasado. Musk disse numa apresentação em 2019 que pretendia receber a aprovação regulatória até ao final de 2020. Depois, numa conferência no final do ano passado que esperava iniciar os testes em humanos em 2022. Agora, o prazo foi alargado para o primeiro semestre de 2023.
A Neuralink perdeu repetidamente os prazos internos para obter a aprovação do FDA para iniciar testes em humanos, segundo funcionários atuais e antigos.
A concorrente direta Synchron atingiu um marco importante em julho ao implantar o seu dispositivo num paciente nos Estados Unidos pela primeira vez, depois de ter recebido autorização regulatória dos EUA para testes em humanos em 2021 e ter concluído estudos em quatro pessoas na Austrália.
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