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“Não brinquem com o fogo”. O aviso da China aos manifestantes de Hong Kong

Os protestos que já duram há mais de dois meses foram inicialmente desencadeados pelo polémico projeto de extradição. Embora o projeto já tenha sido suspenso, os manifestantes querem que ele seja totalmente retirado.
  • DR AP
6 Agosto 2019, 11h28

A China deixou um aviso sério aos manifestantes de Hong Kong, alertando que as suas tentativas de “brincar com fogo só vão sair pela culatra”, de acordo com um porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau (HKMAO na sigla inglesa), segundo revela a “BBC” esta terça-feira.

Este porta-voz deixou o alerta aos manifestantes para que não “subestimem a firme determinação [do] governo central”. As forças anti-China são os “mentores dos bastidores” da violência na cidade, afirmou o porta-voz. Hong Kong já leva nove fins de semana consecutivos de protestos contra o governo.

Na segunda-feira, a líder da cidade, Carrie Lam, alertou que estava “à beira de uma situação muito perigosa”. No seu primeiro discurso à imprensa em duas semanas, Carrie Lam acusou os ativistas de usarem o projeto de extradição como cobertura para os seus principais objetivos. Os protestos que já duram há mais de dois meses foram inicialmente desencadeados pelo polémico projeto de extradição.

Estes protestos têm acontecido em vários distritos, com a polícia a utilizar bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes que se manifestaram durante a última noite, ateando fogo e cercando as esquadras da polícia.

As manifestações começaram devido ao receios de um projeto de lei que permitiria que criminosos fossem enviados para a China afim de serem julgados. Alguns críticos assumiram que este projeto prejudicaria a independência do governo de Hong Kong e poderia ser usado para atacar aqueles que se manifestaram contra o governo chinês.

Embora o projeto tenha sido suspenso, os manifestantes querem que ele seja totalmente retirado e pretendem a inclusão de um inquérito independente sobre alegada brutalidade policial e a renúncia da líder de Hong Kong, Carrie Lam.

Hong Kong é parte da China sob o princípio de “um país, dois sistemas”, que garante que mantém a sua própria independência judicial, a sua própria legislatura e sistema económico. O exército chinês ficou até agora fora desta luta, mas o principal escritório de política da China em Hong Kong condenou os protestos, chamando-os de “terríveis incidentes” que causaram “sérios danos ao Estado de Direito”.

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