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Nível de riqueza em Portugal entre os menos afetados pela crise da Covid-19, estima consultora

Ao contrário do cenário global que espera, num cenário mais pessimista, um crescimento da riqueza mundial na ordem dos 1,4%, a BCG conclui que em Portugal os níveis de riqueza deverão crescer 3% nas mesmas condições.
  • Praça do Comércio, Lisboa
9 Julho 2020, 13h00

O nível de riqueza em Portugal não deverá sofrer consequências devido à pandemia da Covid-19, um cenário que contraria a realidade a nível global. De acordo com um estudo do com o relatório “Global Wealth 2020: The Future of Wealth Management — A CEO Agenda”, divulgado esta quinta-feira, após embate da crise, a riqueza em Portugal deverá regressar a crescimentos de 3 a 4% ao ano até 2024.

O estudo da consultora Boston Consulting Group (BCG) informa que a volatilidade nos mercados financeiros e o impacto do vírus poderão causar perdas superiores às da crise de 2008 em todo o mundo. De acordo com os dados, a riqueza mundial crescia 9,6%, em 2019, indo em linha com a tendência de crescimento registada ao longo da última década.

Contudo, este valor deverá descer com a pandemia da Covid-19, que afetará sobretudo milionários e bilionários, dada a sua alta exposição aos mercados acionistas. Segundo o relatório anual da BCG, a nível global, as perdas poderão ser entre seis a 16 biliões de dólares no pior cenário. Ainda assim, o crescimento manter-se-á em níveis positivos: num cenário mais otimista a riqueza poderá registar um aumento de 4,5% ao ano, atingindo o crescimento de 2019 já em 2021. Num cenário mais pessimista, que aponta para crescimentos na ordem dos 1,4%, apenas em 2023 se deve recuperar os níveis registados no ano passado.

Em Portugal, devido à fraca exposição aos mercados financeiros, no pior cenário, a riqueza a nível nacional deverá crescer 3% ao ano até 2024 e no melhor cenário o aumento pode chegar aos 4%, níveis de crescimento semelhantes aos registados entre 1999 e 2019.

Segundo o estudo da BCG, a maioria da riqueza em Portugal continua a ser detida pelos que possuem menos de 250 mil euros (51%), apesar de o seu peso ter descido nos últimos 20 anos (era de 57% em 1999). Por outro lado, 12% da riqueza é detida pelos que possuem fortunas de mais de 100 milhões de euros, um valor que sobe paulatinamente desde 1999, quando era de 9%.

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