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O papel do BCSD Portugal na transição para a sustentabilidade

Como envolver e comprometer equipas na prossecução dos objetivos ESG? Como fazer evoluir as culturas empresariais?
13 Julho 2023, 07h14

Atualmente vivemos num mundo caracterizado pela sua volatilidade e complexidade, o que leva a uma grande incerteza económica e política a nível global. Hoje, as empresas têm pela frente uma variedade de desafios muito maior do que tiveram no passado e estes exigem maior rapidez na sua resolução e uma enorme capacidade de adaptação.

As empresas deverão incluir na sua atividade os temas sociais, ambientais e de governance, como forma de criação de valor e esta nova forma de operar poderá ser desafiante, mas ao mesmo tempo, cria oportunidades e aumenta a capacidade de resposta aos desafios emergentes. Redefinir a estratégia empresarial para a sustentabilidade é certamente um dos caminhos para garantir a competitividade e o sucesso a longo prazo, mas para isso é necessária uma mudança cultural dentro das organizações e também uma aposta clara e de forma continuada nas competências dos colaboradores.

Dada a enorme transição que é necessária fazer nas organizações e também na capacitação individual, este caminho deverá ser centrado na aquisição de competências para garantir a mudança sistémica. O estudo efetuado pelo Linkedin,  Global Green Skills Report 2023, aponta que no mundo apenas 1 em cada 8 trabalhadores apresenta uma ou mais competências verdes.

Tendo em conta a meta do Acordo de Paris para uma redução das emissões em 45% de forma global até 2030, percebemos que existe uma clara discrepância entre as competências verdes e a capacidade para efetuar esta transição por parte das organizações. Apesar das competências verdes serem aquelas que são normalmente associadas ao conceito de sustentabilidade, esta grande remodelação e recapacitação que terá de ser feita, passará também por outras relacionadas com os desafios sociais, a necessidade da transformação digital e também na área da comunicação interpessoal e organizacional.

Outro fator importante para as organizações é garantir que a requalificação dos colaboradores agrega um amplo número de pessoas e não apenas as equipas que estão responsáveis pela sustentabilidade. Dada a relevância estratégica do tema, e para garantir um alinhamento organizacional, quanto mais abrangente for a capacitação, maior será a resiliência e adaptabilidade da empresa a todos os desafios.

Logicamente, uma maior profundidade e abrangência de competências dentro das várias equipas, a sustentabilidade será um fator diferenciador, levando assim a uma maior criação de valor. Para tal, deverão ser efetuados esforços para formação contínua no sentido da construção de uma cultura alicerçada num forte propósito, para garantir que existe um alinhamento de valores por parte dos colaboradores, dando assim resposta a desafios como desenvolvimento de talento, diferenciação no mercado, fidelização de clientes, capacidade de inovação e aumento da produtividade.

No BCSD Portugal através da nossa jornada formativa trabalhamos as diversas competências passando pela estratégia, operacionalização e a comunicação. A formação encontra-se dividida em três níveis para garantir uma progressão estruturada dos participantes. Toda a formação é também orientada para a prática de forma a garantir a aplicação dos conceitos e aceleração da mudança para o desenvolvimento sustentável.

Esta abordagem permite trabalhar conceitos como os princípios de sustentabilidade, a gestão de risco, a monitorização e reporte, o envolvimento com os stakeholders e a liderança para a mudança cultural.

O nosso objetivo com a formação não é apenas transmitir conhecimento, mas criar motivação e compromisso em torno do tema. Desta forma, esperamos que os colaboradores através das competências apreendidas construam e executem a estratégia de sustentabilidade, mas acima de tudo, liderem a transformação cultural dentro das suas organizações. A formação é sem dúvida uma das ferramentas que o BCSD Portugal utiliza para cumprir o seu propósito – transformar a economia em benefício das pessoas e do planeta.

A economia global é tão forte quanto os seres humanos que a alimentam. Toda e qualquer transformação verde da economia só poderá ocorrer se as competências proliferarem em toda a força de trabalho. Dada a emergência climática e o colapso da natureza, obviamente as competências verdes são muito relevantes. No entanto, dados os vários desafios ambientais, sociais e de governance, diria que tal como o mês de julho tem várias cores, precisamos de competências de diversas cores para a mudança.

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