[weglot_switcher]

OE2020: Proposta não é melhor do que as anteriores, diz Catarina Martins

A coordenadora do BE rejeitou a ideia do primeiro-ministro de que este Orçamento do Estado é melhor do que os anteriores.
  • Cristina Bernardo
9 Janeiro 2020, 20h34

A coordenadora do BE, Catarina Martins, rejeitou hoje a ideia do primeiro-ministro de que este Orçamento do Estado é melhor do que os anteriores, questionando se a recuperação de rendimentos da última legislatura deixou também o PS sem programa.

“Um Orçamento do Estado vale pela resposta que em cada momento dá aos problemas do país, pela diferença que faz na vida das pessoas e é por isso que a proposta de Orçamento do Estado que o Governo apresenta hoje não é melhor do que os anteriores orçamentos. É sua herdeira, e ainda bem, mas nunca devemos viver só de herança”, disse Catarina Martins na sua intervenção durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).

Catarina Martins contrariou assim aquilo que apelidou de “novo mantra” do Governo, de que “fez o seu melhor orçamento de sempre”, ideia defendida precisamente hoje no debate pelo primeiro-ministro, António Costa.

“Façamos esse debate para além do ‘slogan’. Qual é melhor orçamento? Aquele que eliminou cortes nas pensões e salários ou este que os atualiza abaixo da inflação esperada? Os salários e pensões são agora nominalmente mais altos, claro. Mas só no primeiro caso – eliminando cortes – recuperou poder de compra”, contrapôs.

Para a coordenadora do BE, “quando o Governo aparece centrado no objetivo do défice e sem propor um outro horizonte compreensível para a sua estratégia orçamental planta” aquilo que considera ser uma “dúvida legítima”.

“Terá a recuperação de rendimentos dos últimos quatro anos deixado, também o Partido Socialista, sem programa”, questionou.

O que falta a esta proposta de orçamento, na perspetiva de Catarina Martins, “não é apenas a disponibilidade negocial, que o Governo só mostrou muito tardiamente”.

“Falta-lhe resposta e estratégia para os problemas de hoje. Não chega viver do que já está feito nem celebrar o facto de não o desfazermos”, avisou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.