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PAN quer abolir touradas em Portugal e avança com projeto de lei

“Massacres públicos de touros para fins de entretenimento já foram prática em toda a Europa e foram sendo banidos paulatinamente em praticamente todos os países deste continente. Dos 193 países do Mundo apenas oito têm atividade tauromáquica”, justifica o partido com assento parlamentar.
  • “Este caso [Tancos] está a desviar a atenção daquilo que é essencial, que é todos podermos fazer uma campanha a informar as pessoas das nossas propostas.”
15 Maio 2018, 14h34

O PAN anunciou hoje um projeto de lei para abolir as corridas de touros em Portugal porque “o direito ao entretenimento não se pode sobrepor ao da vida dos animais”, sublinhando que apenas oito países têm atividade tauromáquica.

Em comunicado, o partido com um deputado único na Assembleia da República adianta que este projeto de lei dá hoje entrada no parlamento e que será agendado na conferência de líderes de quarta-feira o debate com o objetivo de abolir as corridas de touros em Portugal.

O PAN tem apresentado diferentes iniciativas legislativas com vista a proibir a RTP de transmitir touradas, impedir o financiamento público ou vedar a participação no espetáculo a menores de 18 anos, mas esta é a primeira vez que avança com um projeto de lei para abolir por completo as corridas de touros.

“Massacres públicos de touros para fins de entretenimento já foram prática em toda a Europa e foram sendo banidos paulatinamente em praticamente todos os países deste continente. Dos 193 países do Mundo apenas oito têm atividade tauromáquica”, justificam.

Para o partido, “o direito ao entretenimento não se pode sobrepor ao direito à vida e à integridade física dos animais”, mesmo quando está “disfarçado de herança cultural”.

O deputado único do PAN, André Silva, destaca que “a identidade de um povo se cria a partir do que é pertença comum e não daquilo que os divide”.

“Forçar a identidade tauromáquica à população portuguesa é ofensivo e contraproducente para uma desejada unidade nacional e evolução civilizacional”, critica.

Segundo o PAN, “no que respeita aos espetáculos tauromáquicos a realidade não corresponde à opção do legislador que os elevar à condição de cultura”, já que “dos 308 municípios do país, apenas 44 têm atividade taurina”, isto é, 14,8%.

“Em 2017 realizaram-se 181 espetáculos tauromáquicos, dos quais 26 foram na praça de Albufeira e 13 na de Lisboa, sendo que em 27 das praças de touros existentes, ou seja, mais de 50%, realizaram apenas uma ou duas corridas durante o ano”, enumeram.

Ano após ano, de acordo com os números do PAN, “as touradas atingem mínimos históricos de corridas e de público em Portugal”, tendo perdido mais de 53% do seu público desde 2010.

“A indústria da tauromaquia tem um peso cada vez mais insignificante em Portugal, não obstante todo o investimento em marketing para transformar a sua imagem associada à brutalidade e decadência e os vários apoios e subsídios públicos diretos e indiretos”, condenam.

O PAN assegura que no projeto de lei que apresenta uma “extensa análise dos espetáculos tauromáquicos do ponto de vista histórico, social e cultural com recurso a estudos científicos de organizações nacionais e internacionais sobre as implicações nocivas e transversais que a prática tem nas crianças, nos jovens e adultos, bem como nos animais envolvidos”.

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