A bolsa portuguesa está a negociar em terreno negativo ao início da manhã desta sexta-feira, 14 de junho, acompanhando a maré vermelha das suas congéneres europeias. O principal índice nacional arrancou a perder 0,24% para os 5.181,49 pontos e está agora a desvalorizar 0,57%, para os 5.163,93 pontos, essencialmente penalizado pelas empresas da pasta e do papel.
A Altri cai 1,92%, paras 6,34 euros, depois de ontem ter tido a melhor performance no PSI 20. A empresa, que irá distribuir um dividendo de 0,72 euros no dia 26, tem sido uma das ações nacionais mais penalizadas pela incerteza nas negociações entre os Estados Unidos e a China país. A Semapa tomba 1,45%, para 12,26 euros, e a Navigator perde 1,02%, para 3,29 euros.
“A China é o maior comprador mundial de pasta de papel e o recente abrandamento desta economia, aliado às tensões comerciais com os Estados Unidos e à grande constituição de stocks durante o ano passado, têm induzido a um redimensionamento da procura”, argumenta o CaixaBank/BPI Research, no habitual «Diário de Bolsa».
A cair estão ainda títulos como os do BCP (-0,42%), dos CTT (-1,53%) ou da Nos (-1,73%). Em contraciclo, com subidas, estão a EDP (+0,23%), a F. Ramada (+2,72%), a Ibersol (+0,25%) e a Jerónimo Martins (+0,03%).
Com o final da semana a aproximar-se a passos largos, as atenções virar-se-ão, depois, para a reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed) na próxima quarta-feira – que poderá resultar num corte de taxas de juro – e na cimeira do G20, que se realiza no Japão nos dias 28 e 29 de junho e sentará à mesma mesa Pequim e Washington.
“Devemos ser pacientes e pensar que a chave do êxito é investir com um horizonte temporal suficientemente longo, e não especular. Não podemos esquecer de que, apesar de todas as incertezas de curto prazo, as três principais classes de ativo continuam a oferecer potencial: obrigações (embora não pareça), bolsas (pouco generoso) e imobiliário (segmento premium, não de forma indiscriminada)”, apontam os analistas do Bankinter.
Nas restantes praças do ‘Velho Continente’, o índice alemão DAX perde 0,64%, o britânico FTSE 100 desce 0,41%, o francês CAC 40 desvaloriza 0,28%, o holandês AEX cai 0,67%, o italiano FTSE MIB perde 0,33% e o espanhol IBEX 35 recua 0,43%. O Euro Stoxx 50 está a ser marcado por uma desvalorização de 0,40%.
Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp, explica que as bolsas europeias arrancaram sem sentimento definido, “depois de Donald Trump se ter mostrado otimista quanto a um acordo com a China, mas alertado que caso não haja acordo serão aplicadas tarifas adicionais”. O analista defende ainda, em research de mercado enviado esta manhã, que os fabricantes de semicondutores europeus podm ser afetado pelo corte de projeções da Broadcom.
O setor petrolífero está a ser influenciado pelo facto de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, acreditar que o Irão terá sido o responsável pelos ataques a dois petroleiros que navegavam no Golfo de Omã, uma vez que não há outro grupo próximo a operar nessa área, sobretudo com os recursos e a capacidade de agir com tanta sofisticação.
O chamado “ouro negro” esteve a subir perante receios de menos oferta, mas reverteu a tendência. A cotação do barril de Brent está a recuar 0,08%, para 61,26 dólares, enquanto a cotação do crude WTI desliza o,42%, para 52,06 dólares por barril.
Outra das matérias-primas em destaque hoje é o ouro (+1,16%). “A possibilidade de os Estados Unidos avançarem com cortes nas taxas de juro, podendo levar à queda do dólar e face à instabilidade comercial global, leva o ouro, considerado um ativo de refúgio, a disparar em alta, tocando na zona de máximos do ano”, refere Carla Maia Santos, responsável pela equipa de vendas da corretora XTB.
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