Portugal esteve sem consumir eletricidade produzida a partir de carvão durante o mês de abril. Esta foi a primeira vez que tal aconteceu no espaço de 35 anos.
“A produção a carvão que vinha sendo muito reduzida, em abril foi mesmo nula, o que acontece pela primeira vez desde a existência das atuais centrais a carvão de Sines e Pego (desde 1985)”, assinalou a Redes Energéticas Nacionais (REN) esta terça-feira, 5 de maio.
O país conta atualmente com duas centrais a carvão: a de Sines detida pela EDP, com 1.256 megawatts (MW) de potência, e a do Pego com 630 MW de potência, detida pela Tejo Energia, uma parceria formada pela Trustenergy com 56,25% – detida pelos franceses da Engie e pelos japoneses da Marubeni -, e pela italo-espanhola Endesa com 43,75%.
Recorde-se que o Governo de António Costa tinha definido na sua primeira legislatura que as centrais a carvão deveriam fechar até 2030. Mas no início desta legislatura em 2019, o Executivo anunciou que pretende encerrar estas duas centrais a carvão até 2023.
No final de 2019, a EDP disse que ainda não tinha uma data definida para fechar esta central. “A EDP não anunciou nenhuma data para o encerramento antecipado das suas centrais, incluindo Sines, que continuarão a funcionar enquanto a margem de mercado permitir recuperar os custos fixos”, disse a 28 de dezembro fonte oficial da EDP ao Jornal Económico.
Em abril, a produção renovável abasteceu 69% do consumo total nacional, com a produção não renovável a abastecer 17%, enquanto os restantes 14% foram abastecidos com energia importada.
O consumo de eletricidade em Portugal recuou 12% em abril atingindo um mínimo histórico de 16 anos, devido à paragem económica provocada pela pandemia da Covid-19 e pelo Estado de Emergência.
” É necessário recuar a agosto de 2004 para encontrar um consumo mensal tão baixo como o verificado este mês”, disse hoje a REN em comunicado.
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