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Pequenos acionistas dos CTT criticam gestão e alertam para cenário de OPA

O comunicado deste movimento alerta “para o facto de a queda da cotação promover a vulnerabilidade da empresa a uma eventual OPA por parte de investidores ligados ao setor postal e logístico”.
8 Maio 2018, 16h41

O Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT divulgou hoje um comunicado a arrasar os resultados conseguidos pela gestão da empresa liderada por Francisco de Lacerda e a alertar para a possibilidade de ser lançada uma OPA – Oferta Pública de Aquisição sobre a companhia.

Segundo o comunicado deste Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT, cuja comissão executiva é integrada por Gonçalo Sequeira Braga, “a cotação da ação dos CTT sofreu uma redução de 10,8% no primeiro trimestre de 2018, passando de 3,51 euros de dezembro de 2017 para 3,128 euros em 30 de março de 2018, enquanto que o PSI20 aumentou 0,3% neste período”.

“Neste contexto, o Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT pensa que, a manterem-se as atuais políticas de Administração, se vai assistir a uma persistente e progressiva queda dos resultados e da margem financeira e a sistemática degradação da qualidade de serviço pode pôr em causa a renovação do contrato de concessão”,l avisa o referido comunicado.

O mesmo documento alerta “para o facto de a queda da cotação promover a vulnerabilidade da empresa a uma eventual OPA por parte de investidores ligados ao setor postal e logístico”.

“Aliás, na comparação com outras empresas congéneres europeias na Alemanha, na Áustria, na Itália e no Reino Unido, todas elas vão de ‘vento em popa’, o que significa que, se a gestão corrigir o rumo e a estratégia, os CTT têm todas as hipóteses de triunfarem e serem também mais um caso de sucesso nesta área de negócio”. defende o Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT.

O comunicado expressa a “preocupação” dos Movimento com “os resultados negativos apresentados pelos CTT relativamente ao primeiro trimestre de 2018”, que, no entender destes acionistas, “confirmam o agravamento da crise da empresa”.

“Apesar dos rendimentos operacionais terem tido uma evolução estacionária, os gastos operacionais registaram um crescimento de 4,3%”, destaca o comunicado.

O Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT critica que no negócio do Correio, “a política de  preços e a diminuição da qualidade do serviço contribuem para uma forte queda do tráfego postal (-6,1%)”, e acrescenta que “a margem financeira postal também teve uma significativa quebra de 14%, o que reduz a capacidade da empresa em gerar fundos para investimento”.

“Já o negócio do Expresso e das Encomendas teve um crescimento no trimestre das suas receitas (da ordem dos 21%), mas a sua margem financeira continua a ser margina (0,5 milhões de euros)”, contesta o referido comunicado.

Por seu turno, “o negócio dos Serviços Financeiros Postais registou uma quebra forte e preocupante dos seus rendimentos operacionais (-43% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior) e a sua margem financeira teve uma redução brutal de -66%, reduzindo drasticamente a sua contribuição para a margem financeira dos CTT”.

O Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT contesta ainda que, “apesar da integração da Pay Shop no Banco CTT, empresa que estava anteriormente da área dos Serviços Financeiros Postais, os rendimentos operacionais do banco cresceram apenas um milhão de euros, passando no trimestre a a representar cinco milhões de euros”.

“A sua margem financeira continua negativa (4,4 milhões de euros), valor sensivelmente igual ao do trimestre homólogo do ano anterior. Estes resultados do banco ocorrem mesmo após a integração da Pay Shop (empresa com maior EBITDA do Grupo CTT) ter passado a estar integrada nos resultados do banco”, ataca o referido documento.

O Movimento dos Pequenos Acionistas dos CTT calcula que, desta forma, o “‘break-even’ do banco nunca ocorrerá antes de 2021”.

“A finalizar, queremos lembrar que o predomínio dos pequenos acionistas na estrutura acionista dos CTT é um valor muito importante. O Movimento dos Pequenos Acionistas está aberto a todos os pequenos acionistas que nele queiram integrar-se, assim contribuindo para a alteração duma situação lesiva dos seus interesses e para o desenvolvimento da empresa”, conclui o referido comunicado.

 

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