O aumento do preço das casas em Lisboa segue a tendência das principais capitais europeias e é significativamente maior do que o aumento do rendimento disponível. O preço das casas na capital portuguesa aumentou 49,23% entre 2012 e 2018, enquanto o rendimento disponível cresceu 9,23%, segundo um relatório da Moody’s Investors Service, divulgado esta quinta-feira.
“O ritmo de apreciação do preço da habitação em algumas das principais cidades europeias tem excedido as médias nacionais entre 2012 e 2018”, assinala o relatório da agência de notação financeira, explicando que a tendência teve início com o início da recuperação da recessão da crise, “mais ainda nos últimos anos”.
“Perante a rápida valorização dos preços das casas em muitas das principais cidades europeias, a subida dos salários tem ocorrido progressivamente a um ritmo inferior”, refere. Dublin, a capital irlandesa, é a cidade onde a disparidade entre os preços das casas e o rendimento disponível mais se acentuou – o rendimento disponível aumentou 10% entre 2012 e 2018, cerca de 80 pontos percentuais menos do que a inflação dos preços da habitação.
Uma das consequências mais visíveis deste retrato é, de uma forma geral, o adiamento ou mesmo o abandono dos planos de compra de casa pela primeira vez por potenciais compradores, escreve a agência de notação financeira. Em contrapartida aumenta a procura pelo arrendamento nas áreas urbanas ou a compra de casas em cidades suburbanas.
Lisboa é rainha do alojamento local
Entre as principais cidades europeias, analisadas pela Moody’s, Lisboa lidera o ranking de cidades com o maior rácio entre o número de apartamentos de Airbnb para cada mil habitantes.
“A procura por arrendamento (temporário) de turistas em áreas urbanas está a impulsionar o mercado imobiliário”, refere o relatório. “Entre as principais cidades, Lisboa, Paris e Amesterdão têm as maiores percentagens de moradias usadas pela Airbnb”. No ‘top 5’ surgem ainda Milão e Dublin.
A Moody’s explica que a construção de habitação nova nas principais cidades permanece relativamente baixa, apoiando os preços dos imóveis, o que evita o excesso de oferta de casas. Realça ainda que novas casas respondem por uma baixa participação nas vendas de imóveis residenciais em zonas urbanas.
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