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Presidente da CIP: “Já perdemos 200 mil empregos e receio que este número duplique”

Em entrevista ao “Dinheiro Vivo” e à rádio “TSF”, o patrão dos patrões pede mais medidas para proteger os empregos e alerta que as moratórias são uma “bomba relógio” e o lay-off simplificado não chega a todos.
  • Cristina Bernardo
16 Janeiro 2021, 09h52

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal acredita que, devido ao novo confinamento, o número de empregos perdidos durante a pandemia possa subir dos atuais 200 mil para 400 mil. Em entrevista ao “Dinheiro Vivo” e à rádio “TSF”, o patrão dos patrões pede mais medidas para proteger os empregos e alerta que as moratórias são uma “bomba relógio” e o lay-off simplificado não chega a todos.

“Já teremos perdido neste momento, com a pandemia e seus efeitos, 200 mil empregos. Se nada for feito, receio que este número dobre”, disse António Saraiva. “Tudo farei enquanto dirigente associativo para exigir do Governo medidas a tempo para salvar o máximo de postos de trabalho, da mesma maneira que continuarei a solicitar a quem represento, às empresas, o esforço acrescido de manterem empregos como até agora têm feito”.

António Saraiva diz que “o próprio ministro da Economia [Pedro Siza Vieira] reconheceu, na última concertação social, que o desemprego não estava aos níveis que se receava”, mas sublinha que as empresas, que “têm mostrado enorme resiliência, a capacidade de conservação de postos de trabalho e de manutenção da capacidade instalada”, estão “mais fragilizadas” e o novo confinamento “vem perigar a sua sobrevivência”.

Refere ainda que as moratórias, que representam “cerca de 40 mil milhões de euros”, terão de ser pagas e, se esse pagamento não for feito de “forma inteligente, faseada e absorvendo todos os equilíbrios e necessidades das entidades envolvidas”, as empresas estão com “uma bomba-relógio debaixo dos pés”. Defende ainda que o lay-off, em vez de se destinar apenas a empresas obrigadas a encerrar, deveria ser “generalizado”.

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