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Principais conclusões da audição do presidente da ENM sobre rescisão da ligação ferry

O presidente da Empresa de Navegação Madeirense, Luís Miguel de Sousa, empresa que explorou a ligação marítima entre a Madeira e o Continente, esteve na Assembleia Regional a prestar esclarecimentos, em audição parlamentar, sobre a decisão da empresa em rescindir o contrato desta ligação.
18 Dezembro 2019, 09h33

O presidente da Empresa de Navegação Madeirense, Luís Miguel de Sousa, foi ouvido na passada terça-feira na Assembleia Legislativa da Madeira, em comissão de inquérito, para explicar os motivos que levaram à rescisão pela empresa do contrato que assegurava a ligação marítima entre o Continente e a Madeira.

Através da audição parlamentar o CEO da ENM assegurou que “ninguém foi apanhado” de surpresa pelo anúncio  da intenção da empresa em não continuar a explorar a ligação marítima entre Continente e a Madeira

Luís Miguel de Sousa acrescentou que a ENM enviou uma carta ao Governo Regional dando conta da rescisão do contrato na sexta-feira anterior às eleições regionais de modo a que esta só fosse recebido depois do acto eleitoral.

“A economia não faz política. A decisão de não fazermos o terceiro ano da operação marítima entre a Madeira e Continente estava tomada. Ninguém foi apanhado de surpresa. Não nos metemos em política”, assegurou Luís Miguel de Sousa, durante a audição parlamentar que decorreu na Assembleia Legislativa da Madeira.

O CEO da ENM refere que a decisão de entrar no concurso para explorar da ligação marítima levou em conta “os anseios da Madeira e a vontade em cumprir com o princípio da continuidade territorial por via marítima”.

Luís Miguel de Sousa admitiu que esperava obter prejuízos com a ligação mas que a projecção apontava para “prejuízos bem inferiores” aos que obteve. O CEO refere que por exemplo no fretamento do navio esperava que os custos fossem metade do que foram, e que no final da exploração da linha esperava um “resultado 0”.

Durante a audição parlamentar Luís Miguel de Sousa disse ainda que existe um “mercado aberto” e que devido a isso é preciso “cumprir com as leis de mercado”.

Sobre o ferry, Luís Miguel de Sousa disse ainda que no que concerne a mercadorias “é difícil competir” com um porta-contentores, e que só em termos do abastecimento que a Madeira necessita seriam necessários 10 ferry para igualar a capacidade de um porta-contentores.

“Tentamos trazer carga para o ferry. A procura de carga no ferry é difícil. […] O ferry não pode cobrar mais por contentor face ao porta-contentores. O mercado não valoriza a vantagem da maior rapidez que o ferry possui no transporte de carga”, explicou.

Na audição o CEO da empresa sublinhou que a procura pelo ferry foi de 53%, e que o fretamento no navio custou 510 mil euros por viagem.

Luís Miguel de Sousa sublinhou ainda que “se não há procura” e mesmo que se vá à “procura dessa procura” é sempre muito difícil.

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