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Privacidade: “Partilhamos dados porque sentimos o benefício imediato”

Anabela Pedroso, secretária de Estado da Justiça, defendeu que a proteção de dados pessoais constitui uma dimensão essencial da vida dos cidadãos, mas que a fronteira entre a mesma e a partilha nas redes nem sempre é fácil de determinar.
9 Maio 2018, 18h42

A Secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, defendeu hoje que o maior desafio à privacidade de dados será “determinar onde termina o benefício e começa a violação da vida privada do cidadão”.

Na conferência “Os desafios da União Europeia”, organizada pelo Instituto Europeu e pela Caixa Geral de Depósitos, Anabela Pedroso sublinhou que a irreversibilidade da internet tem que ser uma oportunidade, mas que o “controlo da privacidade foi e continua a ser um assunto sagrado” para a sociedade.

“Têm crescido sistemas de controlo cibernético muito mais potentes. São infalíveis? Não, mas quando existia só papel também não”, disse, questionado “que poder temos sobre a informação? Que poder não nos importamos de delegar? Que poder não nos apercebemos que temos?”.

A secretária de Estado da Justiça realçou que a proteção de dados pessoais constitui uma dimensão essencial da vida dos cidadãos, mas que a fronteira entre a mesma e o que partilham nas redes nem sempre é fácil de determinar.

“Não nos importamos de partilhar alguns dados. Partilhamos estes dados porque sentimos imediatamente o beneficio”, disse, acrescentando que “é necessário que as pessoas compreendam que o comportamento na internet deixam um rasto”.

No entanto, destaca o benefício: “Tem vindo a ser desenvolvida uma economia baseada no valor desta informação. O big data tem permitido uma nova forma de organização e não é ficção cientifica. É cada vez mais a nossa realidade”.

“Não se trata de escolher entre privacidade e tratamento de dados pessoais, pelo contrário. São domínios que se complementam que são os sistemas de informação, onde o Estado tem um papel fundamental”, frisou.

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