Nunca as barragens da EDP em Portugal estiveram tão cheias

A produção hídrica do grupo EDP disparou 37% no primeiro trimestre para 7 terawatts hora (TWh) face a período homólogo, anunciou hoje a companhia elétrica portuguesa, salientando que ficou 1,4 TWh acima da média histórica.

O disparo teve lugar à boleia dos “elevados volumes de afluência no 1T24 (produção hídrica em Portugal 38% acima da média histórica no 1T24 vs. 5% abaixo da média no 1T23)”.

Já a produção hídrica por bombagem aumentou +46% face ao período homólogo para 545 GWh no 1T24, “suportado pelo aumento da volatilidade do preço horário de eletricidade”.

A companhia aponta que no final de março os níveis dos reservatórios hídricos em Portugal situavam-nos 94%, um nível recorde (mais 2,6 p.p. acima da média histórica).

Já a produção total de eletricidade do grupo EDP recuou 1% para 17.405 TWh.

Durante o primeiro trimestre, a produção eólica e solar recuou 3% à boleia do “impacto negativo na rotação de ativos eólicos em operação em Espanha (Ago-23), Polónia (Set-23) e Brasil (Dez-23), aumento gradual de produção da nova capacidade instalada no 4T23, e fracos recursos renováveis (-2% vs. média de longo prazo no primeiro trimestre de 2023 e de 2024, com um impacto negativo menor do que o esperado do El Niño na produção eólica dos Estados Unidos)”.

Por sua vez, a produção térmica baixou 80%, com o carvão a afundar 95% e o gás a recuar 68%, “refletindo a venda de 80% da central a carvão de Pecém no Brasil e da nova parceria 50/50 na termoelétrica da Aboño em Espanha (ambas em Dez-23), em linha com o compromisso da EDP de ser coal-free até 2025, assim como os menores fatores de utilização de capacidade térmica na Ibéria devido ao aumento da produção renovável”.

Em termos de vendas, o volume de eletricidade comercializado na Ibéria recuou 14%, refletindo a diminuição de volumes vendidos a grandes clientes empresariais em Espanha”. Já no gás, os volumes vendidos recuaram 18%.

O grupo EDP salienta que nos últimos 12 meses adicionou mais 3,2 gigawatts de capacidade eólica e solar, atingindo uma capacidade total (destas tecnologias) de 17 gigawatts, mais 13%.

“No primeiro trimestre de 2024 instalámos 0,4 GW de capacidade solar nos Estados Unidos, em resultado da normalização da cadeia de abastecimento de equipamento solar, que apresentou limitações durante 2023. Para além disso, concluiu uma transação de rotação de ativos de energia solar nos Estados
Unidos e acordou uma outra transação para ativos eólicos no Canadá”, pode-se ler no relatório trimestral.