A Austrália e a Nova Zelândia estão prestes a iniciar negociações sobre um acordo de livre comércio com o Reino Unido, no que o ministro do Comércio da Austrália disse, citado por vários jornais, ser “um forte sinal do nosso apoio mútuo ao livre comércio” num mundo pós-Covid-19.
Simon Birmingham disse que a Austrália estava “pronta para ajudar o Reino Unido a encontrar novos desafios pós-Brexit e, ao fazê-lo, abrir novas portas aos nossos agricultores, empresas e investidores”. “Estamos a preparar-nos para esse acordo desde que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia e congratulo-me com o início das negociações”, afirmou Birmingham em comunicado.
Birmingham disse que a Austrália e o Reino Unido esperam concluir o acordo “o mais rápido possível” – talvez até o final deste ano, embora tenha admitido que pode ser um prazo demasiado ambicioso. Ambiciosa pode também ser o acordo ambicioso – e também abrangente, a acreditar nas declarações.
Por outro lado, o ministro do Comércio da Nova Zelândia, David Parker, disse que “à medida que o Reino Unido dá os seus próximos passos após o Brexit, a Nova Zelândia está entre os primeiros países a negociar um acordo comercial com um de nossos amigos mais antigos”.
A Nova Zelândia e a Grã-Bretanha têm “um relacionamento próximo, incluindo fortes laços comerciais e económicos, valores e tradições comuns e uma história compartilhada”, disse, para especificar que as negociações se concentrarão na remoção de tarifas comerciais, novas abordagens às barreiras não tarifárias, alfândega simplificada, cooperação regulatória, desenvolvimento do comércio digital e disposições comerciais de apoio ao desenvolvimento sustentável.
O problema é que a concorrência é feroz. As novas negociações ocorrem no momento em que a Austrália também está a negociar um acordo comercial com a União Europeia, sendo que o bloco dos 27 já é o terceiro maior parceiro comercial da Austrália e a terceira maior fonte de investimento estrangeiro no país. O Reino Unido é apenas o 12º parceiro comercial.
Birmingham afirmou que não tem nenhum favorecimento em relação aos dois acordos – o britânico ou o da União – mas não se esqueceu de recordar que o mercado dos 27 é muito maior que o do Reino Unido.
A primeira ronda de negociações entre a Austrália e o Reino Unido deve começar em 29 de junho. Estados Unidos e o Japão são as próximas paragens da vontade comercial de Johnson – mas, para já, todas essas geografias não passam de ‘vontades’.
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