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Respostas Rápidas: O que pretende Trump dos democratas, norte-coreanos, russos e chineses?

Nesta madrugada, depois das 03h00 (hora de Lisboa), Donald Trump proferiu o seu discurso sobre o Estado da Nação norte-americana, no Congresso. Em Washington, Trump apelou à união entre democratas e republicanos, insistiu no muro, falou no acordo nuclear, defendeu sanções impostas ao Irão e anunciou um novo encontro com Kim Jong-un.
6 Fevereiro 2019, 09h41

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deslocou-se ao Congresso para falar à nação, um discurso adiado desde 22 janeiro devido à mais longa paralisação da administração federal norte-americana, vulgo “shutdown”. Trump aproveitou o tempo de antena para apelar à união entre democratas e republicanos, insistir na necessidade de construir o muro na fronteira com o México e anunciar a data da cimeira com o líder norte-coreano.

No discurso do Estado da Nação, Trump ainda afirmou ter o objetivo de acabar com a “epidemia do VIH” nos EUA e disse que tenciona negociar um novo acordo nuclear com a Rússia, que possa incluir a China, talvez. O líder norte-americano defendeu, ainda, sanções impostas ao Irão e a retirada de tropas na Síria e no Afeganistão.

O discurso do Estado da União decorre da obrigação que a Constituição dos EUA impõe ao presidente para que este preste “regularmente ao Congresso informações sobre o Estado da União”. Mas, vamos por partes: assista ao vídeo do discurso e perceba o que se passou com estas “Respostas Rápidas”.

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  • Qual foi a primeira ideia transmitida por Donald Trump?

A de que país deve ser “governado não como dois partidos, mas como uma nação”, sublinhou o 45º presidente dos EUA, referindo-se depois, de forma indireta, às investigações pedidas pelos democratas à sua administração e finanças pessoais, apelidando-as de “ridículas investigações partidárias” que podem vir a travar o progresso económico. “Devemos rejeitar as políticas de vingança e retaliação, e abraçar o potencial ilimitado de cooperação, compromisso e bem comum”, afirmou Donald Trump, na primeira parte do discurso que durou quase uma hora e 20 minutos.

  • E o muro na fronteira com o México, como fica?

O muro na fronteira com o México é, desde o primeiro momento em que Donald Trump se apresentou à corrida para a Casa Branca, uma bandeira. E o presidente dos Estados Unidos pediu aos responsáveis políticos do país para trabalharem juntos para resolverem os problemas da imigração ilegal nos EUA, reiterando que apenas um muro na fronteira com o México garantirá a segurança.

Trump avisou que o Congresso “tem dez dias para aprovar um projeto de lei” para financiar o governo e garantir a proteção da “perigosa fronteira a sul”. O acordo não deverá ser fácil de obter nesta matéria, visto que o impasse que envolve Trump e a maioria democrata na Câmara dos Representantes está longe de ter terminado, já que o presidente norte-americana está preparado para um novo shutdown, se o Congresso não autorizar a construção do muro na fronteira.

Os democratas recusaram aprovar um financiamento de 5,7 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros), que Trump reclamava para construir um muro na fronteira com o México, tendo sido esta a razão do shutdown. Aliás, o discurso do Estado da União só aconteceu depois de o presidente norte-americano ter assinado uma legislação que permite o financiamento das estruturas governamentais até 15 de fevereiro, permitindo a reabertura após um shutdown de 35 dias.

  • O que anunciou Donald Trump sobre o líder da Coreia do Norte?

Perante um congresso de maior democrata, conquistada após as eleições intercalares de novembro de 2018, o presidente republicano anunciou que vai reunir-se nos dias 27 e 28 de fevereiro, no Vietname, com o líder da Coreia do Norte, Kim Jung-un, para a segunda cimeira entre os dois líderes. O primeiro encontro ocorreu em 12 de junho de 2018, em Singapura.

“Como parte da nossa ousada diplomacia, estamos a dar continuidade ao nosso esforço histórico pela paz na península coreana”, disse Donald Trump, antes de anunciar a data e o local da segunda cimeira com Kim Jong-un.

  • E sobre a saída do acordo nuclear de 1987, o que disse o presidente dos EUA?

O discurso no Congresso permitiu a Trump anunciar a sua intenção de negociar um novo acordo nuclear com a Rússia, que talvez inclua a China. Mas o presidente da Casa Branca advertiu que esse acordo só surgirá com a China se Pequim não “roubar mais empregos e riqueza aos norte-americanos”, reclamando depois “mudanças estruturais” a Pequim nas práticas comerciais – uma alusão à guerra comercial.

A afirmação do presidente dos EUA vem na sequência do anúncio da retirada do país, na sexta-feira, do Tratado sobre Armas Nucleares de Alcance Intermédio (INF), responsabilizando a Rússia por violar o acordo concluído em 1987 durante a Guerra Fria.

Durante o discurso, Trump defendeu ainda as sanções impostas ao Irão e a decisão de se desvincular do tratado nuclear com o país, que acusou de ser “o principal patrocinador estatal do terrorismo”. Em relação à guerra da Síria e no Afeganistão, referiu que as “grandes nações não travam guerras intermináveis” e que no caso do Afeganistão “chegou a hora” de tentar a paz.

  • Houve mais algum assunto relevante na sua intervenção?

Sim. O presidente dos EUA assumiu, na terça-feira, o objetivo de acabar com a “epidemia do VIH” no país e, dentro de uma década, prometeu fundos para a luta contra o cancro infantil e a redução do preço dos medicamentos. “Juntos, vamos acabar com VIH [vírus da imunodeficiência humana] nos Estados Unidos e no mundo”, disse Donald Trump.

Perante os legisladores, o presidente norte-americano pediu ainda união na “luta contra o cancro infantil”. “Muitos dos cancros infantis estão sem novas terapias há décadas (…) a minha proposta de orçamento vai pedir ao Congresso 500 milhões de dólares na próxima década para financiar essa pesquisa crucial”, sublinhou.

Em relação aos produtos farmacêuticos, Trump afirmou que a “próxima grande prioridade” será reduzir os preços dos medicamentos prescritos, apelando ao Congresso para que aprove uma lei nesse sentido. Também o aborto foi referido por Donald Trump, que se mostrou contra a prática em gestações em fase avançada, referindo querer que o Congresso aprove uma lei “que valorize a vida”.

[Com Lusa]

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