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Rui Moreira: “O TGV do Porto é o de Vigo e o aeroporto de Vigo é o do Porto”

Em entrevista ao jornal “La Voz de Galicia”, o autarca do Porto diz que não precisa de um comboio de alta velocidade, pois já tem o de Vigo. Em contrapartida, defende que o aeroporto do Porto deve servir Vigo. Quanto à pressão turística, assegura que a gentrificação é “um fenómeno que não existe”.
22 Janeiro 2018, 18h49

Em entrevista ao jornal “La Voz de Galicia”, publicada hoje, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, enalteceu as sinergias que se podem estabelecer com a região vizinha espanhola da Galiza, com destaque para a cidade de Vigo. Nomeadamente ao nível dos transportes. Moreira diz que o Porto não precisa de um comboio de alta velocidade português, na medida em que já dispõe do AVE (“Alta Velocidad Española”), a versão espanhola do TGV (“Train à Grande Vitesse”), em Vigo.

“Sou partidário de dizer que não queremos o AVE. O Governo português continua a falar dele. No Porto dizemos que não. Porque o temos em Vigo. O AVE precisa absolutamente da pressão dos portugueses que vivem no Norte, que são 2,5 milhões”, declarou o autarca portuense. “Nós temos que dizer que o AVE do Porto é Vigo e que o aeroporto de Vigo tem que ser o do Porto, porque o aeroporto de Vigo, e isto sei que é um problema político para mim, não existe, não tem condições”.

Por outro lado, Moreira referiu-se aos portos, defendendo que os de Leixões e Vigo são complementares. “Vigo é um porto fantástico, com umas condições naturais que o Porto não tem, porque o porto de Leixões é um porto artificial,” explicou. “São complementares?”, perguntou o jornalista. “Sim. Pensando em grandes portos, como Valência, os dois juntos são um porto porque estão a uma hora de distância. Não é nada”, respondeu o autarca do Porto.

A entrevista focou-se também na pressão turística sobre a cidade do Porto. Questionado sobre o processo de gentrificação em curso, Moreira retorquiu da seguinte forma: “Esse dramatismo ligado ao turismo é uma conversa aborrecida. O Porto sempre foi uma urbe gentrificada. Por ingleses, alemães, franceses.” Perante a insistência do jornalista, o autarca reforçou a sua ideia: “A ideia de gentrificação é uma ideia aborrecida de uma esquerda reacionária que fala cada vez mais de um fenómeno que não existe”.

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