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Seca: nos próximos meses terá de chover quase tanto como a média anual

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê o regresso da chuva para esta quarta-feira, mas os especialistas acreditam que esta não será suficiente para aliviar a seca extrema que afeta 94% do território.
21 Novembro 2017, 11h24

Portugal está a enfrentar a mais grave seca desde que há registo. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê o regresso da chuva para esta quarta-feira, mas os especialistas acreditam que esta não será suficiente para aliviar a seca extrema que afeta 94% do território, avança o jornal ‘Diário de Notícias’.

“No mínimo dos mínimos era preciso que nos próximos meses tivéssemos uma precipitação de pelo menos 500 mm [milímetros] para desagravar a seca”, explica o físico e especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos, alertando para a gravidade da situação com que o país está a lidar.

Os valor médios anuais da chuva em portugal rondam os 900 mm, apresentando uma grande variação em termos regionais. Enquanto na zona mais alta da serra do Gerês, a precipitação chega aos 1.800 mm anuais, no extremo sul, no Baixo Alentejo, esta não ultrapassa os 500 mm anuais. Em comparação com há 50 anos atrás, o território nacional tem menos 200 mm de precipitação anual.

Ao contrário do que registou em anos anteriores, as chuvas de ontono têm tardado em aparecer, o que tem vindo a agravar ainda mais a seca em Portugal. O IPMA indica que em outubro se registou uma precipitação 70% inferior ao normal e a média de precipitação de novembro já vai em menos de 76% em comparação com o ano passado. O que significa que nos próximos meses terá de chover quase tanto como a média anual.

Filipe Duarte Santos afirma ainda que a seca “terá inevitavelmente um impacto económico, nomeadamente no aumento do preço dos produtos agrícolas, ou no setor da cortiça, porque já há muitas árvores a morrer no montado”. “É necessário contabilizar os prejuízos desta seca, para se perceber quanto custa ao país, porque sem esses dados é muito difícil fazer a adaptação necessária às alterações climáticas”, considera.

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