[weglot_switcher]

Sem ideias para viajar na reta final de 2023? Inspire-se nos monumentos da lista da UNESCO

A motivação para viajar é algo muito pessoal. Mas pouca gente haverá insensível às belezas naturais e construídas pela mão humana que, muitas vezes, são resgatadas ao esquecimento ou degradação pela chancela “Património Mundial”, da UNESCO. Este ano, a lista de inscritos cresceu e escolhemos alguns deles para inspirar a sua próxima viagem.
  • Koh Ker, Camboja
  • Zagorochoria, Grécia

  • Kaunas, Lituânia

  • Caravanserai persas no Irão

  • Koh Ker, Camboja

  • Planetário Eisinga, Países Baixos

  • Centro histórico, Guimarães

22 Novembro 2023, 07h30

 

Este ano, o Comité do Património Mundial da UNESCO inscreveu 42 novos sítios – 33 culturais e nove naturais –, após a apreciação das propostas validadas, em final de setembro, na capital saudita, Riade. Isto para dizer que o drama da escolha aumenta, mas também facilita a vida de quem tem por mote viajar para conhecer tesouros com a chancela “Património Mundial”.

Ou seja, a missão de proteger e de sensibilizar para a conservação, iniciada há 47 anos pela UNESCO, prossegue. E se entre as novidades europeias a diversidade é imensa – desde uma paisagem esculpida por desfiladeiros na Grécia a um encantador planetário vintage nos Países Baixos, passando pela ‘arquitetura do otimismo’ na Lituânia – dos monumentos reconhecidos em 2023 em várias regiões do globo, figuram a estação arqueológica Koh Ker, no Camboja, os caravanserai persas no Irão, ou a rota da transumância Köç Yolu, no Azerbaijão, num total de 1.199!

Como aqui não tem cabimento uma lista exaustiva dos tesouros inscritos este ano, espreite o site da instituição se quiser estar a par das entradas deste ano, mas não deixe de ler as sugestões que se seguem.

Kaunas modernista, ou a arquitetura do otimismo, Lituânia

Entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, a cidade provincial de Kaunas, na Lituânia, foi totalmente regenerada pela filosofia da arquitetura do Movimento Moderno (1919-1939). Ainda hoje, as ruas urbanas de Kaunas são uma recordação dessa época fascinante.

Zagorochoria, Grécia

Na região noroeste da Grécia, junto à fronteira com a Albânia, Zagori é uma região de gigantes montanhosos esculpidos pelo Desfiladeiro Vikos, cujas encostam abrigam 45 aldeias. Estas povoações tradicionais, denominadas Zagorochoria, estão ligadas por trilho, o que faz deste território um must para quem aprecia caminhadas. Há trilhos que atravessam pontes com arcos em pedra, enquanto outros vão dar a um planalto habitado por lagoas isoladas, incluindo Drakolimni (Lago do Dragão).

Planetário Eisinga, Países Baixos

À semelhança do que acontece em muitas outras cidades dos Países Baixos, Franeker, na província de Friesland, as margens dos canais ostentam casas de tijolo com telhados triangulares. Mas uma delas reserva-lhe uma surpresa: o Planetário Eisinga, tão-só o mais antigo do mundo, erguido em 1781. No interior, o teto-abóbada-celeste em tons azuis revela os planetas a dourado.

Koh Ker, Camboja

O complexo arqueológico de Koh Ker situa-se a cerca de 130 Km ao norte da capital, Siem Reap, tem elevado interesse cultural e a vantagem de ainda ser pouco conhecido. Construído entre 928 e 944 d.C durante o reinado do Rei Jayavarman IV, Koh Ker conta com dezenas de edificações, na sua maioria templos dedicados ao Deus indiano Shiva.

Caravanserai persas no Irão

O Irão é um dos países do Médio Oriente com maior número de locais classificados como Património Mundial pela UNESCO. Das incontornáveis ruínas de Persépolis à praça Nasq-e Jahan, em Esfahan, com a entrada dos caravanserai, o país totaliza 27 lugares com esta classificação. Verdadeira instituição na antiga Pérsia, estes locais situavam-se ao longo de importantes rotas comerciais, fornecendo abrigo, comida e água às caravanas, peregrinos e outros viajantes.

Uma curiosidade lusitana e como tudo começou

A título de curiosidade, refira-se que, na 45ª sessão do Comité, na Arábia Saudita, se procedeu a uma reclassificação. Neste caso, do centro histórico de Guimarães, que há 22 anos faz parte do Património Mundial da Humanidade, tendo sido o único caso de um país de língua portuguesa a ser analisado. Quando o local foi inicialmente aprovado, em 2001, a Câmara Municipal de Guimarães previa duplicar a área classificada, “associando a Zona de Couros na lista indicativa para obter o estatuto de património da humanidade”. Com a expansão deste ano, o local passa a incluir dois complexos monásticos e uma zona industrial, de acordo com a UNESCO. A Zona de Couros e o rio homónimo, devem o seu nome ao curtimento artesanal de couro. Fica a dica para uma próxima visita à cidade berço de Portugal.

A UNESCO adotou em 1972 a Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural, que tem por objetivo proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excecional. Em 1976, foram criados o Comité do Património Mundial e o Fundo do Património Mundial, conforme determinado pelo texto da Convenção.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.