O Clube dos Pequenos Acionistas (Maxyield) considera que a oferta apresentada pela Sodim, da família Queiroz Pereira, “tem de subir substancialmente”.
“O novo preço continua a ser significativamente baixo e corresponde a um aumento de 2,3% relativamente ao valor da Oferta inicial”, diz a Maxyield em comunicado divulgado esta quarta-feira.
A Sodim subiu na terça-feira o preço de oferta da OPA dos 11,40 euros para os 12,17 euros.
A Maxyield recomenda aos seus associados a não venderem as suas ações nas atuais condições da oferta.
“Sem um aumento substancial do valor oferecido, estamos perante uma significativa perda de valor dos seus investimentos”, e de uma “perda por parte dos pequenos acionistas detentores de participações inferiores a 2%”.
Ao mesmo tempo, “também implicará para acionistas terceiros com participações qualificadas, uma perda de valor do seu investimento”.
A Maxyield defende assim que a “família Queiroz Pereira deve ajustar as condições da OPA ao valor real dos ativos detidos pela SEMAPA (Navigator, SECIL e ETSA), tendo como referência a média dos price target`s dos últimos 6 meses”.
A Sodim subiu na terça-feira o preço de oferta da OPA sobre a Semapa dos 11,40 euros para os 12,17 euros.
Analisando a oferta, os pequenos investidores apontam que a contrapartida real da nova oferta é de 11,66 euros, e não de 12,17 euros, porque deve ser “deduzido o valor do dividendo proposto”. Esta dedução será feita se o “pagamento ocorrer antes da liquidação financeira da oferta”.
Este negócio avalia a Semapa em 948 milhões de euros (81,3 milhões de ações vezes 11,66 euros cada), nas contas da Maxyield. A empresa controla 70% da Navigator, cuja participação tem o valor de 1.400 milhões de euros.
“É evidente a subavaliação do valor de mercado feita pela Sodim à Semapa, sendo que o consenso dos analistas apresenta um preço-alvo de 17,3 euros que corresponde a 1.406 milhões de euros”, com a média dos preços alvo a “encontrarem-se 48% acima do novo valor oferecido pela família Queiroz Pereira”, segundo a Maxyield.
Ao mesmo tempo, os pequenos investidores que o “novo valor proposto pela Semapa é muito inferior ao justo valor dos investimentos na Navigator, na Secil e na ETSA, as suas subsidiárias nos negócios da pasta e do papel, do cimento e do ambiente”.
A Maxyield recorda que em 2015 a família Queiroz Pereira apresentou outra oferta. “Em 2015 apresentou uma oferta pública de troca de 1 ação da Semapa por 3,4 ações da ex-Potucel, sendo que a pretensão mínima de 90% dos direitos de voto da Semapa ficou muito longe de ser atingida, para posterior alienação obrigatória das posições dos acionistas remanescentes e exclusão da negociação em mercado regulamentado.
“Passados 6 anos o filme parece repetir-se, com a família Queiroz Pereira a cometer um erro trágico, que vai afetar gravemente as suas relações com o mercado de capitais”, destaca.
O Clube dos Pequenos Acionistas também aponta que a “política de distribuição de dividendos da Semapa tem sido madrasta para os pequenos acionistas e pequenas participações qualificadas”.
Em 2021, a Navigator vai pagar 0,14 euros por ação, num total de 99,6 milhões de euros, um payout de 91,2%.
Já a Semapa vai pagar 0,512 euros por ação, um total de 40,9 milhões de euros, num payout de 38,3%.
“A Semapa vai receber da Navigator 69,7 milhões de euros cujo valor deve ser acrescido da remuneração acionista das associadas SECIL e ETSA”, analisa a Mayield.
Desta forma, a “Semapa paga aos seus acionistas significativamente menos do que recebe dos seus investimentos financeiros”.
Em 2020, a Semapa “distribuiu apenas 10 milhões de euros”, face ao lucro de 124 milhões de euros.
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