O Sindicato dos Jornalista (SJ) vai hoje apresentar queixa na Procuradoria-Geral da República (PGR) pelas ameaças a jornalistas durante a manifestação que teve lugar no sábado no Rossio, em Lisboa.
A presidente do SJ defende que as direções destes órgãos de comunicação social “não devem deixar passar em claro” estas ameaças e apela a que apresentem queixa nas autoridades. “Isto preocupa-nos porque achamos que vai subir de tom. Há um ambiente criado e que é muito apontado aos jornalistas”, disse Sofia Branco ao Jornal Económico.
“Isto merece uma resposta mais consistente e em bloco” por parte das direções dos órgãos de comunicação social. “Isto é inadmissível”, aponta.
A responsável do SJ faz questão de distinguir estes manifestantes – conhecidos por “negacionistas” da Covid-19 – dos manifestantes que estavam presentes no protesto no Rossio contra as restrições no setor da restauração.
“O SJ espera ainda que a própria Polícia de Segurança Pública (PSP) atue em conformidade em relação a quem ameaça, na medida em que este episódio configura um crime público” , segundo um comunicado divulgado pelo SJ.
“Vivemos todos tempos difíceis, mas a insegurança ou a revolta não podem justificar nunca ameaças aos jornalistas, que estão no desempenho da sua missão de informar. De resto, não fossem os jornalistas e os protestos não teriam eco na população”, de acordo com o sindicato.
O Observador noticiou no sábado que a sua equipa presente no local foi alvo de ameaças. “Uma dezena de manifestantes tentou cercar uma equipa da Rádio Observador no protesto do Rossio, depois de um dos oradores ter criticado uma notícia do site. A PSP teve de intervir”, avançou este meio no sábado. Outros meios de comunicação social, como a TVI, também noticiaram estas ameaças.
Já as comissões de trabalhadores da RTP, da SIC e da TVI condenaram no domingo as “pressões físicas, ameaças verbais e insultos” de que foram alvo jornalistas no sábado, na manifestação dos profissionais da restauração, em Lisboa, segundo notícia da agência Lusa.
As três comissões de trabalhadores apelaram ainda às autoridades “para que mantenham uma postura ativa e vigilante em situações semelhantes e ajudem a cumprir com o que está previsto na Constituição da República, bem como na lei portuguesa, que é o direito ao exercício de imprensa, cabendo-lhes uma parte importante que é a de garantir acesso e a segurança dos jornalistas”.
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